Em artigo de opinião inserido na edição da semana passada do «Jornal do Montijo», Arnaldo Teixeira, vereador socialista (oposição) no município de Alcochete, escrevia que o executivo da CDU (maioria) adquirira dois automóveis, um dos quais topo de gama e destinado a um vereador com funções executivas.
Na edição de hoje do mesmo jornal ficamos a saber que um munícipe interpelou a câmara sobre a questão na última sessão pública da edilidade e que o presidente do município negou a história na parte respeitante ao topo de gama.
Não haveria razão para denúncias infundadas, ninguém acreditaria em quem as difundisse e nem se perderia tempo com tal se a câmara desse conhecimento aos munícipes, em tempo oportuno, de todas as decisões. Quaisquer que elas sejam, rotineiras ou excepcionais.
Deveria fazê-lo, pelo menos, no seu sítio na Internet, onde não tem de suportar custos adicionais.
Em nome da transparência esse deveria ser um cuidado elementar, mas não tem sido. Resultam óbvios os riscos do silêncio: durante vários dias o assunto andou de boca em boca e a credibilidade do executivo foi maculada. Quem leu a edição anterior do jornal, mas não a mais recente, continuará a supor que a denúncia tinha fundamento.
Estas coisas causam estragos. Inicialmente os danos são relativos, mas do pouco se faz muito. Oxalá aprendam a lição.
4 comentários:
Neste momento, se há qualquer coisa que me impressiona relativamente à Câmara é o respectivo site que é utilizado para a informação da treta à custa dos dinheiros públicos.
Isto para mim só tem um nome: crime.
O Sr. Bastos termina assim o seu texto: "Oxalá aprendam a lição". Ora isso é estruturalmente impossível para aqueles homens cuja fidelidade ao projecto acalentado não sofre desvios.
Qualquer dia poderá ser que faça deste tema um texto mais bem elaborado, mas por agora só digo que eles não aprendem porque querem que nós desaprendamos. Se chegar a hora da desaprendizagem total, então ficaremos estufefactos com a lição que eles têm para nos dar.
Se assim é, faz-se jus ao aforismo popular: "pior cego é aquele que não quer ver..."
A tragédia, sr. Bastos, é mesmo essa: eles não querem ver o que vêem.
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