17 março 2009

Pôr a boca no trombone

Eis um texto cuja leitura recomendo, vivamente, às pessoas de Alcochete, porque aborda negócios em torno de vários terrenos agrícolas e florestais no nosso concelho (Barroca d'Alva e Coutadinha, designadamente, embora haja outros não mencionados), cujo destino traçado é a urbanização e a construção desenfreadas.
Sei que você, estimado(a) leitor(a), desviou a atenção do que o(a) rodeia e está sobretudo preocupado(a) com as agruras da vida. Porém, há quem aproveite essa distracção para negócios que permitem muita coisa, como invocar o desenvolvimento turístico para que mais alguns figurões enriqueçam, inexplicavelmente, do dia para a noite. Com isto a sua vida ficará ainda pior, porque a sociedade acaba a pagar tudo.
O autor do texto que prendeu hoje a minha atenção é insuspeito de pertencer às hostes da "campanha negra". Trata-se de um velho militante socialista e ex-autarca do concelho vizinho. E, apesar de termos apelido comum, não é meu parente nem o conheço de parte alguma.
Sei o suficiente do ambiente socialista no distrito para perceber que esta carta aberta não é inocente. E, embora poucos o saibam, o assunto focado teve, tem e terá reflexos significativos para cá da Estrada Real – artéria que, em extensão apreciável, delimita os concelhos de Alcochete e Montijo.
Quando alguém "de dentro" resolve abordar negócios obscuros, exprimindo opiniões sob a forma de carta aberta ao presidente da sua distrital, as coisas passam a ter contornos mais definidos para a generalidade dos cidadãos?
Sou insensato ao propor uma coligação alargada de todas as forças partidárias para tentar endireitar o município? Actos de cidadania pura e genuína, para salvar o que resta do concelho?
Digam-me se no estado a que isto chegou ainda há margem para arrepiar caminho sem um esforço colectivo.
Ou será que preferem um "sismo" de grau máximo e de desfecho imprevisível?

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