19 março 2009

Ninguém está acima da moral comum


Seria completamente ingénuo pensar que, por exemplo, a Câmara de Alcochete é uma instituição que está sobre o mesmo plano de outra instituição qualquer no nosso concelho.
A título de ilustração, a Câmara e a Santa Casa da Misericórdia não estão no mesmo plano, senão que o da primeira recebe ascendência sobre o da segunda.
Esta evidente constatação à monsieur de la Palice leva a que não poucos presidentes de Câmara neste país e também em Alcochete se julguem acima da moral comum.
Um presidente de Câmara não pode mentir até aos dentes perante os munícipes. O mais irónico é que boa parte destes, para completo desespero meu, consideram esses autarcas homens de bem.
Se perguntássemos a um desses presidentes camarários por que mente e se ele quisesse conceder-nos um minuto de verdade, dir-nos ia que o faz por razões da função que desempenha. Isto quer dizer que fazer política implica mentir, o que me parece maquiavélico no pior sentido deste adjectivo.
Então eu poderei desculpar aquela postura de um presidente de câmara que se fosse cometida por mim, cidadão "privado", seria considerada imoral? Nunca.
Eu compreendo que um político deva fazer uma gestão equilibrada da verdade, mas essa gestão é exigida pela própria verdade para não cairmos no "obviamente demito-o" de Humberto Delgado.

1 comentário:

Fonseca Bastos disse...

Para esclarecimento geral informo que, neste blogue, há apenas dois textos relacionados com a Quinta da Caixeira, em Samouco, nenhum deles é de autor anónimo e ambos podem ser lidos nesta página:

http://praiadosmoinhos.blogspot.com/search?q=caixeira

O mais antigo é de 2006 e de minha autoria.
E, pelos vistos, foi útil ter abordado o caso da Quinta da Caixeira em tempo oportuno, embora discorde de certos aspectos das obras ali feitas.
Mas há muitos outros casos à espera de solução, inclusive em Samouco, constantes de uma campanha de micro-causas a que voltarei um destes dias para refrescar as memórias.