26 março 2009

Luís Franco, candidato (2)

Em continuação dos comentários anteriores à entrevista dada por Luís Franco ao Jornal de Alcochete (25-03-09), quer saber este órgão de comunicação «...o que é que ainda está por fazer» relativamente às promessas exequíveis feitas pelos comunistas em 2005.
O candidato comunista começa por responder assim: «A parte essencial do compromisso assumido perante os eleitores para este mandato fica cumprida». Mas eu questiono: que "parte essencial" é essa? Por que razão as coisas não são concretizadas?
(Neste momento eu estou a corrigir testes de alunos do 12º ano. Sempre que eles na folha de prova me dão respostas que deixam a desejar em termos de objectividade, eu ponho por cima um traço vermelho sem mais juízo de valor. Não vejo que deva ter uma postura muito diferente quando é o sr. Presidente da Câmara de Alcochete que fala ou escreve).
Mas continuando. O candidato progride com a sua resposta e, soando a pedido de desculpa, diz: «Naturalmente que há situações que não estão totalmente em condições de serem cumpridas e também o projecto eleitoral que apresentámos em 2005 tinha várias fases de execução. Algumas delas até apontavam para a sua concretização no horizonte temporal de 12 anos e isso está consagrado neste compromisso eleitoral». Luís Franco parece que diz: nós pouco ou nada fizemos, mas até já tínhamos avisado que as promessas eram a longo prazo, dois ou três mandatos. Se o prometido não for cumprido será por culpa dos eleitores caso venham a correr connosco.
Ora esta é uma estratégia bacoca para a eternização no poder. Pelo caminho arranjam-se bodes expiatórios para disfarçar a incompetência dos que mandam e mitigar a impaciência dos que obedecem. Aquilo que todos desejam atira-se sistematicamente para um amanhã indefinido. E se não é como eu digo, veja-se a chave de ouro que remata esta resposta de Luís Franco: «Neste momento, já estamos a reunir condições para que no futuro, a médio ou a longo prazo, Alcochete possa ter uma piscina municipal ou mesmo um parque de piscinas municipais».
Toma lá, alcochetano, que já almoçaste!

3 comentários:

Fonseca Bastos disse...

Até um relógio parado está certo duas vezes por dia. Após alguns anos, pode vangloriar-se de uma longa série de sucessos.

Marie Von Ebner, escritora austríaca.

Miguel Saturnino disse...

Antes de mais, o texto do Prof. Marafuga prova exemplarmente como a capacidade de análise textual e a competente expressão em língua materna são fundamentais para uma correcta interpretação da realidade.

Quanto ao tema propriamente dito, concordo com as observações feitas pelo Prof.

Unknown disse...

Obrigado, Miguel.