25 março 2009

Luís Franco, candidato (1)

Hoje fiquei a saber, sem reservas para dúvidas, do que eu esperava há muito tempo: Luís Franco é o candidato dos comunistas às próximas eleições autárquicas.
Quando o Jornal de Alcochete pergunta ao candidato comunista que balanço faz do seu mandato actual, Luís Franco refere-se à «...recuperação económico-financeira da Câmara Municipal...», o que me priva de qualquer comentário por ausência de meios para a análise; refere-se ao «...planeamento», uma das muitas palavras para comunismo e, finalmente, refere-se à «...concretização de várias medidas...», sem especificar cabalmente quais nem se importar com a ofensa que faz à inteligência do outro.
A seguir, o Jornal de Alcochete pergunta a Luís Franco qual a mais valia da sua candidatura para o concelho. A resposta do candicato é a seguinte: "A mais valia da minha candidatura é a continuação de um projecto que é responsável, racional, que tem em vista a população e a sua participação na gestão das coisas que são de nós todos".
Eis uma resposta da mais primária retórica que não diz nada. Aqui lembrei-me da leitura que fiz à obra A Rebelião das Massas de Ortega y Gasset porque Luís Franco, nas respostas que dá ao Jornal de Alcochete, aparece-me como representante típico do homem-massa que hoje em dia detém o poder público.

2 comentários:

Fonseca Bastos disse...

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo asas pela noite calada

Vêm em bandos com pés de veludo
Chupar o sangue fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Os Vampiros
Letra de José Afonso

Unknown disse...

É extraordinário que o anti-fascista José Afonso sirva às mil maravilhas para o desmascaramento desta gente.
É extraordinário mas nada contraditório.
Se alguém vê contradição é porque não sabe o que é fascismo nem comunismo.