10 outubro 2006

É a modernização, estúpido!

Esta li aqui e não é para rir:
"No âmbito do Programa de Apoio à Modernização Associativa, a Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, a atribuição de um subsídio de € 1.000,00 ao Núcleo Sportinguista de Alcochete para apoio à aquisição de ar condicionado, reclamo luminoso e televisão".

E esta está ali e foi datada três dias antes daquela:
"...conclui-se e reitera-se que a situação financeira da Câmara Municipal de Alcochete apresenta contornos de extrema gravidade, condicionando, assim, a respectiva actividade e impondo, ainda, a continuidade da implementação de medidas políticas conducentes à sua superação".

Alô dragões, panteras, pastéis de Belém e outra bicharada deste zoo: reclamem a vossa quota-parte do Programa de Apoio à Modernização Associativa antes que acabe o défice oculto na Casa da Malta Municipal!

P.S. - É para aí a segunda ou terceira vez que as "mentes brilhantes" resumem a informação sobre uma reunião pública do executivo municipal à distribuição de subsídios.
Se institucionalmente apenas isso é relevante, não precisamos de autarcas nem de funcionários públicos. O Estado entrega o dinheiro da autarquia à Misericórdia ou ao padre da freguesia e eles tratam do bodo.

Primeiro, o provedor e o sacristão não são remunerados. Segundo, em 31 meses acabaria o défice!

6 comentários:

Unknown disse...

Se isto não é ter razão, o que é ter razão?

Anónimo disse...

Pelos vistos o conceito de "extrema gravidade" com que a CMA qualificou a sua situação financeira é amplamente distinto do que é normalmente aceite à luz do senso comum. Assim urge requalificar tais conceitos à luz do entendimento político da CMA. Parece-me óbvio que a partir de agora uma "situação financeira de extrema gravidade" , seja entendido conforme o contexto e a conveniência da CMA. Assim , no caso denunciado por FBastos deve ser entendido como uma situação meramente preocupante que de forma alguma impede a atribuição de subsídios daquela natureza. Quando o contexto é a discussão do programa eleitoral do partido comunista , deve ser entendido como situação de pré-falência , impeditiva do cumprimento das promessas eleitorais. É a linguagem dos nossos políticos senhores...

Luis Proença

Alcochetano disse...

Pergunta de Algibeira:

Em que é que os Nucleos Sportinguistas, Casas do Benficas, e outras instituições de "comes e bebes", melhoram o aspecto socio-cultural de um concelho por si já repleto de associações, clubes e agremiações deportivas?

Não tenho nada contra o Movimento Associativo, mas penso que os acima citados não se reveêm num aspecto de identidade cultural própria no concelho. Será natural uma agremiação viver somente dos apoios camarários? Então e quem tem o Estatuto de Utilidade Publica como o Corpo Nacional de Escutas? Não conta por ser um Movimento da Igreja Católica e é uma das Instituições mais respeitadas do País? Mas se calhar a Casa da Malta já conta... ou o Clube de Veteranos de Futebol? Onde está o peso e a medida? Quem decide o numerário a atribuir?

Ouvi até há bem pouco tempo o Sr. Vereador Paulo Machado a dizer que há instituições em Alcochete que não fazem sentido na nossa realidade. Então porque os auxilia e continua neste desgoverno...

Sinceramente nem precebo...

Unknown disse...

Se há uma ilusão na mente de muitas pessoas é a de esperar coerência moral vinda da parte de partidos de esquerda. Ora isso é uma impossibilidade.
Só há uma coerência nos comunistas: a TUDO deitar mão para a conquista, conservação, alargamento e perpetuação do poder.
Que há de comum entre comunismo e Corpo Nacional de Escutas? Eu não veria com bons olhos - antes veria com os olhos da suspeição - comunistas a subsidiar escuteiros. Aqueles e estes alguma vez podem comer à mesma mesa?
Desde quando é que, de alguma maneira, um grupo subsidiado por comunistas não é controlado por estes?
Os princípios fulcrais dos Escuteiros radicam no Evangelho. Ora este não é o livro dos comunistas, senão o Capital de Marx.

Fonseca Bastos disse...

Aludo à intervenção acima de Alcochetano.
Salvo melhor opinião, não é a um vereador que cabe perorar e decidir sobre se há "instituições em Alcochete que não fazem sentido na nossa realidade". Ninguém o elege para julgamentos desses, nem tal competência consta da legislação que regula o desempenho de funções.
A importância das instituições avalia-se, nomeadamente, pelos serviços prestados à comunidade, pela quantidade de associados com as quotas regularizadas e pela afluência de cidadãos às respectivas actividades.
Com base nesses três critérios, facilmente mensuráveis, creio haver em Alcochete meia dúzia de instituições que fazem sentido na nossa realidade. Todavia, a lista de beneficiárias semestralmente publicitada pelo município contém muitas dezenas.
Além disso, sendo os subsídios pagos com o dinheiro dos nossos impostos, deveriam ser excepção e não rotina e a atribuição fundamentada, demonstrada e comunicada de modo transparente.

Anónimo disse...

Agora percebo porque só vão entrar 61 novos colaboradores para a autarquia, se calhar deve-se ao defice.

AS