Estive a ler estes relatórios do Instituto da Água e descobri algo estranho relativamente a Alcochete: no ano de 2002 havia somente 2.190 contadores/clientes de água instalados no município.
Isto só pode estar errado:
1. A maioria não toma banho? Não lava loiça? Nem roupa?
2. A maioria confecciona a comida com água da chuva ou engarrafada?
3. A maioria tem poço ou furo?
4. A câmara decidiu, num gesto magnânimo e louvável, que a maioria da população não paga água de consumo?
Como pode uma estatística oficial mencionar um contador por cada 6,8 habitantes, se no concelho, em 2002, residiam quase 14.000 pessoas?
Como se explica tal se no concelho de Alandroal, distrito de Évora, há 4.093 contadores para 6.293 residentes? Se em Sobral de Monte Agraço, distrito de Lisboa, há 4.206 contadores para 9.789 residentes? E se em Arruda dos Vinhos, também no distrito de Lisboa, para 11.210 residentes há 5.419 contadores?
O fenómeno de Alcochete – indigno até do Entroncamento, concelho cujos 20.065 habitantes têm 9.974 contadores – tem de ser explicado.
Cá para mim a coisa ainda faz menos sentido porque, no mesmo ano de 2002, o total de água captada pela câmara foi de 283.605m3 (20,2m3/habitante/ano), dando origem aos mesmos 283.605m3 de "sobrantes" para a ETAR.
Isto é, os poucos que pagaram a água ainda se deram ao luxo de a despejar toda na sanita!
Não, aqui há gato! Alguém meteu água ou a pata na poça! E com estatísticas destas não vamos a parte alguma!
Será possível a câmara divulgar, regularmente, números rigorosos ou também é segredo de estado?
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