12 dezembro 2008

Compre o que é nosso

Se o(a) estimado(a) e paciente leitor(a) não anda excessivamente distraído(a), sabe que muitos economistas estão preocupados com o endividamento externo deste pobre país.
Segundo eles, há evidentes sinais de alarme: devemos ao exterior mais de um ano inteiro do produto do trabalho de todos os portugueses!
E o problema agrava-se a um ritmo impressionante: dois milhões de euros por hora!

É muito dinheiro. Corresponde a cerca de mês e meio do orçamento do Município de Alcochete ou ao IRS cobrado trimestralmente aos residentes no concelho.
Como se resolve isto? Traduzindo o "economês" em português: importando menos e exportando mais.
Um(a) vulgar cidadã(o) tem escassa capacidade de contribuir para o incremento das exportações, a menos que venda a estrangeiros a mobília, a casa ou a courela herdada na terra.
Inversamente, desempenha papel fundamental no caso das importações.
Se preferir carne portuguesa, blusas portuguesas, maçãs portuguesas, electrodomésticos portugueses, bolachas portuguesas e tudo o mais que haja no mercado identificado como «Made in Portugal», o seu contributo para a redução do endividamento externo será apreciável. Ajudará ainda as empresas portuguesas e concorrerá para o emprego de alguns compatriotas.
Pense nisto da próxima vez que for ao supermercado!
Por estas e outras razões plausíveis, gostaria de poder também recomendar a preferência por produtos de Alcochete.
Todavia, a nível local ninguém pensou ainda nessas nem noutras coisas aparentemente simples.
Dou-lhe um desconcertante exemplo: imagina quantas toneladas de laranjas, limões e tangerinas nascem, crescem e apodrecem nos pomares de Alcochete?
Será impossível estudar soluções – como uma etiqueta «Alcochete» – susceptíveis de melhorar alguma coisa, incluindo a nossa auto-estima?
Será impensável concretizar algo que, há cerca de seis meses, abordei noutro texto, onde recordava haver bens de consumo em variedade e quantidade suficientes, não me parecendo difícil planear e executar soluções susceptíveis de captar a atenção de residentes e forasteiros.

P.S: - A nossa dívida externa aumentou 66.667€ enquanto lia este texto.

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