09 junho 2008

Feira Quinhentista tem de evoluir








Agradeço a Paulo Benito ter-me enviado as imagens acima reproduzidas (clicar sobre cada uma para ver ampliação), que dão uma ideia da Feira Quinhentista e da recriação histórica de uma visita real a Alcochete no séc. XV, iniciativa promovida na passada sexta-feira (6 de Junho) pelo Grupo de História da Escola E.B. 2,3 El-Rei D. Manuel I que, este ano, teve a participação de outros estabelecimentos de ensino integrados no Agrupamento Vertical de Escolas de Alcochete e o apoio de inúmeras entidades públicas e privadas.
Acompanho esta manifestação há uma década e considero ter potencialidades para evoluir significativamente, até se transformar numa referência imprescindível nas manifestações locais de cariz popular.
Para que tal suceda são necessárias organização e mobilização de muito mais pessoas, porque planear pequeno e médio, à dimensão dos meios imediatamente disponíveis, pode prejudicar óptimas ideias.

Esta feira tem-se realizado sempre em dias úteis, por serem aqueles em que as escolas funcionam. Porém, nesses dias a esmagadora maioria da população (activa) está ocupada, a vila quase deserta e não há possibilidade de atrair forasteiros.
Rezam as crónicas, lidas nos últimos dois dias, que esta Feira Quinhentista foi um sucesso porque teve centenas de visitantes.
Ninguém se iluda com audiências ou afluências de dezenas ou centenas em manifestações públicas abertas. Alcochete tem perto de 17.000 residentes e qualquer iniciativa em espaço aberto a que acorra menos de 10% da população nada representa no plano local.
O centro histórico de Alcochete tem raras condições físicas para, pelo menos, durante um fim-de-semana inteiro, se transformar num imenso mercado à maneira medieval. Inúmeros edifícios e monumentos, além das artérias, são óptimos cenários para recriações históricas bem mais amplas e significativas.
Localmente há agricultores e produtos em quantidade suficiente, não me parecendo difícil planear e executar soluções que permitam às escolas angariar mais fundos para as suas actividades.
Também há inúmeras colectividades que, sem dificuldade, poderão associar-se.
E há comerciantes que se queixam da escassez de clientela, mas que podiam e deviam colaborar activamente gastando bem pouco.
Do Rossio ao Largo da Feira e da Rua do Norte ao Largo Helder Antoño, encerre-se o centro histórico ao tráfego automóvel e deixem-se as artérias livres para mercadores de ocasião e clientela.
Haja alguém que pense esta Feira Quinhentista a uma escala maior e verá que não se arrepende.

3 comentários:

Zeferino Boal disse...

Este ano a Associação de Pais e Encarregados de Educação teve o grato prazer de mais uma vez participar nas actividades da Feira. Quer na sua preparação quer na realização. Partilho dos comentários aqui expressos e colhendo os contributos de outros elementos, julgo que se houver vontade estão criadas algumas condições para evoluir um pouco mais. Na certeza que esta actividade será sempre da responsabilidade das escolas e integrada no âmbito pedagógico. Haja a coragem de avançar.

Fonseca Bastos disse...

Os benefícios deverão pertencer às escolas e, sem dúvida, com o adequado enquadramento pedagógico, mas a concepção e o planeamento terão de envolver pessoas e entidades externas.
Não creio que algum professor em efectividade de funções disponha de tempo livre para coordenar uma acção com mais de um milhar de figurantes.

Anónimo disse...

Concordo, isto é bom é para promover reformados