30 novembro 2006

Agnosticismo (texto revisitado)

Desta vez não é de gnosticismo que falo, mas sim de agnosticismo.
O agnóstico afirma que é impossível ao homem alcançar conhecimento acerca de Deus.
Convém não confundir o agnóstico com o ateu. Este nega a existência de Deus, podendo-se descortinar nele uma estranha relação de natureza religiosa com o objecto negado. Na verdade, não há tema para o debate mais desejado pelo ateu do que toda a problemática em torno de Deus.
O agnóstico, do alto da sua indestrutível soberba, diz ser indiferente à existência ou não existência de Deus.
Mas a pergunta é esta: eu poderei ser indiferente a Deus e simultaneamente chegar ao homem bom? O agnóstico vê-se forçado a responder que sim porque se julgará o dispensador do bem, conceito este cujos termos já remetem para um princípio absoluto recusado pelo agnosticismo.
A contradição vivida pelo agnóstico jamais o poderá levar à deferência face ao outro porque o efeito da ideia titânica de que o homem se constrói a si próprio traduz-se inexoravelmente em desprezo pelo outro. Este apenas servirá de capacho para cardas dominadoras que matam.
Mas a minha fé em Deus é a minha fé em Cristo, o irmão maior que me faz ver um irmão no rosto de cada um.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ninguem provou que Deus existe e o seu contrário também, logo é abusivo e soberbo ser crente ou ser ateu. Os agnósticos são cepticos e relativistas absolutos, nunca um agnostico afirma que "é impossível ao homem alcançar conhecimento acerca de Deus" de forma categorica e lacónica. O agnóstico não é indeferente, respeita e simplesmente não toma partido da visão do mundo daqueles que são crentes da sua existencia ou não. O conceito de bem não é um dogma soberbo e imposto com um discurso de autoridade por parte de quem pensa ser dono de um verdade da qual não é capaz de provar a sua legitimidade. O único bem que podemos ter e que existe advém da fé no Homem e eu acredito naquilo que temos, não num além metafisico, podemos ter uma sociedade melhor e mais aprefeiçoada e é com isso que temos de viver e conviver, não com ilusões, dogmas, pensando no além, ou com doutrinas arcaicas por parte de quem resiste a uma visão progresista da sociedade. O convivio dos povos num plano secular é nisso em que acredito e não tenhamos ilusões de que é o único caminho possivel. As crenças, sem qualquer credibilidade na prática da doutrina que professam e diminui a sua autoridade moral ainda por cima, só conduz hipocritamente à matança em nome de Deus, na tentativa de impor um ponto de vista doutrinal que só alguns crem piamente, levados por uma missão messianica, isso sim leva à escalada da violência neste mundo afim de o dominar, colocando uma politica ao serviço desse objectivo, que é a virtude de alguns,resultado está à vista de todos, adamos para tráz dez ou vinte anos na construcção de um mundo melhor e mais justo. Se o mundo fosse laico já todas éstas falsas e não questões não equivocavam milhões de seres humanos e canalizariam a sua energia para objectivos mais nobres. Por maioria de razão se Deus existe penso que nenhuma crença seria detentora da verdade de Deus no mundo actual, mas isso leva-nos a outra história filosófica o que é a verdade?