09 novembro 2006

Pagar mais para quê? (2)


Falta em Alcochete uma instituição da sociedade civil dedicada a acções de carácter ambiental, artístico, científico e filantrópico, potenciadora de iniciativas visando a coesão social e a responsabilidade cidadã.
Talvez por isso, os estudos que conheço sobre o futuro da fundação das salinas do Samouco prevêem a pior das soluções: intervenção do município nos seus órgãos de gestão, juntamente com departamentos estatais dependentes dos ministérios das Obras Públicas e do Ambiente, a concessionária da ponte Vasco da Gama e organizações ambientalistas de carácter nacional e regional.

Distante dos arranjos políticos de ocasião e de feudos partidários, a Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco seria mais eficiente e útil, mas para isso seriam necessários empenho, entusiasmo e organização de cidadãos de boa vontade.
Há em Alcochete gente capaz de gerir, valorizar e até tornar lucrativa a Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco, assim como não faltam homens que de recuperação e manutenção de salinas sabem mais a dormir que a maioria dos ambientalistas.
Tal como sei haver gente conhecedora de bons exemplos europeus de recuperação e preservação de zonas húmidas, com cujas organizações se devia cooperar tendo em vista a candidatura aos generosos fundos comunitários destinados a projectos transfronteiriços de conservação ambiental.
Ninguém reparou nem nunca soube valorizar, por exemplo, que há não muito tempo trabalhou em Alcochete um homem com longa experiência de conservação na Amazónia, referenciado em inúmeros documentos de organizações das Nações Unidas.
Passou por cá e ninguém lhe ligou a mínima importância. Pelo contrário, criaram-lhe dificuldades na sua esfera de competência profissional.
Uma vez por outra, debalde tenho abordado aqui matérias relacionadas com cooperação ambiental e fundos europeus.
Hoje fico-me por um apelo também não inédito: por favor acordem! Ajudem a fazem alguma coisa pela vossa terra, antes que seja tarde demais!

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