Não era minha intenção voltar ao assunto tão cedo, mas esta notícia deve ser lida por quem deu alguma atenção às minhas duas notas anteriores sobre o tema fundação das salinas do Samouco.
2 comentários:
Anónimo
disse...
Ficou vivamente registado na minha memória uma entrevista com o então Ministro do Ambiente José Sócrates , passada num telejornal da TVI , no qual aquele respondia bem disposto , e de modo informal aos jornalistas sobre as polémicas declarações do então secretário de estado Arons de Carvalho , que apelidara as noticias da TVI como sendo «um nojo» . O tom informal e bem disposto de José Sócrates foi imeadiatamente substituído por um tom formal e algo irritado quando o repórter da TVI o indagou sobre a acção da Quercus por causa das Salinas do Samouco. À pergunta do reporter , o então Ministro do Ambiente respodeu que o futuro das Salinas do Samouco teriam futuro e que a Fundação das Salinas teria um orçamento «risonho». «Risonho» foi mesmo a palavra utilizada por José Sócrates para definir o orçamento da Fundação. A referida entrevista teria passado despercebida à minha mémória não fora o que sucedeu de seguida. O repórter da TVI perguntou então ao Ministro José Sócrates se podia esclarecer qual era então esse orçamento. O Ministro não respondeu. O repórter da TVI insistiu e , face a essa insistência José Sócrates explodiu. Aproximou-se do reporter de dedo em riste. Não vimos o que se passou de seguida porque a câmara foi desligada súbitamente. A cena dramática prosseguiu , já com a câmara de filmar novamente ligada e com o Ministro José Sócrates , em tom «arrependido» a falar de novo para a câmara e a dizer que fora malcriado. Percebe-se a irritação de José Sócrates. É óbvio que se a verdadeira preocupação do Governo fosse a protecção e gestão ambiental das Salinas do Samouco , uma das prioridades seria impor um critério rigorioso e politicamente isento no que respeita à selecção das individualidades , que pelo seu mérito científico , conhecimento de causa e experiência no que respeita à recuperação e manutenção de salinas , pudessem assegurar o sucesso na prossecução dos objectivos inerentes a uma instituição desta natureza.Neste aspecto FBastos volta a tocar na ferida. A participação do Estado através dos Ministérios que tutelam os sectores em causa nos orgãos de gestão da Fundação denuncia claramente o propósito de uma vez mais de utilização destes organismos como meio de satisfação do clientelismo político mais primário , num manifesto desprezo pela verdadeira vocação deste tipo de instituição e até de desprezo pelas populações que poderiam usufruir de um funcionamento adequado das mesmas. Neste aspecto a autarquia comunistas de Alcochete revela uma confrangedora hipocrisia política. Já foi aqui referido , que enquanto oposição , a CDU criticou severamente as opções do Poder Central e da própria autarquia quanto à Fundação. Agora no poder , e na perspectiva de alguns dos seus autarcas e militantes poderem participar no verdadeiro "rapa o tacho" em que se traduzirá a repartição de cargos nos orgãos de gestão da Fundação entre os "boys" noemados pelos departamentos estatais , e os "boys" da CDU , os autarcas desta força política esquecem rapidamente as posições públicas que no passado recente assumiram quanto a esta questão.O que todos estes senhores esquecem quando está em causa o interesse partidário , é que as pessoas aceitam pagar impostos para que estes financiem a administração central e o poder local , para que estas cuidem das suas necessidades , como por exemplo a Saúde , Segurança Social ( reformas) Ensino , Justiça , Defesa e Segurança Pública , obras de interesse público.Quando o poder central (Governo ) e o poder local ( no caso concreto a Câmara Municipal de Alcochete), em nome do clientelismo partidário trocam as prioridades , só se pode concluir num sentido.É POR CAUSA DO TACHO!!! Estes senhores não pensam que são Estado para responder às necessidades das pessoas. REFORÇO o que FBastos refere e que eu já referi anteriormente noutros comentários. ESTÁ A HORA DAS PESSOAS ACORDAREM. Resta então saber se na hora do voto as pessoas estarão suficientemente despertas para por de lá para fora aqueles que desbaratam o seu dinheiro em nome do TACHO POLÍTICO. (Governo e Câmara Municipal).
Já agora volto a perguntar: Onde é que estão os dirigentes das restantes forças políticas com assento na Assembleia Municipal? Porque é que assistem passivamente a estas coisas?
Caro Luís Proença: Esta maioria nada disse, nos últimos tempos, sobre o assunto fundação das salinas de Samouco. O silêncio pode não ser hipocrisia, a menos que perdure e tenha conhecimento de desenvolvimentos significativos do processo. Do pensamento recente desta maioria, tudo o que sei consta do programa eleitoral sufragado pelos eleitores. No qual pode ler-se o seguinte sobre o tema:
a) "Cooperar com as entidades competentes para a defesa, qualificação e promoção das áreas protegidas e das Zonas Húmidas – Instituto de Conservação da Natureza (ICN), RNET e Fundação das Salinas do Samouco, bem como com as Associações de Defesa do Ambiente e ainda com escolas e demais partes interessadas".
b) "Garantir a concretização de todo um conjunto de acções que, em articulação com a Administração do Porto de Lisboa (APL), a Fundação das Salinas do Samouco e a Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET) e outras partes interessadas, potenciem a Orla Ribeirinha como espaço privilegiado da promoção turística ambiental e ecológica, desportiva e de lazer do município".
c) "Reivindicar a colaboração e apoio da Lusoponte em matérias relativas à sua responsabilidade ambiental nas transformações do leito e dos braços do rio Tejo que constituem a rede hídrica de suporte à Zona das Salinas do Samouco";
d) "Pedir a colaboração e apoio da Fundação das Salinas do Samouco".
e) "Colaborar com a missão da Fundação das Salinas do Samouco".
Parece-me que nada disto exprime a opinião que, em 2004, os autarcas desta maioria tinham acerca dessa fundação, e por isso continuo a aguardar por uma qualquer reacção política. Se se confirmar que tudo fica na mesma e apenas nos vão mexer mais no bolso, então haverá hipocrisia.
Por fim, não sejamos demasiado severos com os dirigentes políticos locais. Todos têm sérios problemas, de organização e não só. Três nem sede administrativa possuem a funcionar, sequer esporadicamente. Encontrei um dirigente partidário – que suponho ambos conhecermos – e, visivelmente, não está de boa saúde. Dizia-me, há tempos, outro dirigente de uma colectividade local: "há mais vida para além de Alcochete". Provavelmente tem razão.
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Ficou vivamente registado na minha memória uma entrevista com o então Ministro do Ambiente José Sócrates , passada num telejornal da TVI , no qual aquele respondia bem disposto , e de modo informal aos jornalistas sobre as polémicas declarações do então secretário de estado Arons de Carvalho , que apelidara as noticias da TVI como sendo «um nojo» . O tom informal e bem disposto de José Sócrates foi imeadiatamente substituído por um tom formal e algo irritado quando o repórter da TVI o indagou sobre a acção da Quercus por causa das Salinas do Samouco. À pergunta do reporter , o então Ministro do Ambiente respodeu que o futuro das Salinas do Samouco teriam futuro e que a Fundação das Salinas teria um orçamento «risonho». «Risonho» foi mesmo a palavra utilizada por José Sócrates para definir o orçamento da Fundação. A referida entrevista teria passado despercebida à minha mémória não fora o que sucedeu de seguida. O repórter da TVI perguntou então ao Ministro José Sócrates se podia esclarecer qual era então esse orçamento. O Ministro não respondeu. O repórter da TVI insistiu e , face a essa insistência José Sócrates explodiu. Aproximou-se do reporter de dedo em riste. Não vimos o que se passou de seguida porque a câmara foi desligada súbitamente. A cena dramática prosseguiu , já com a câmara de filmar novamente ligada e com o Ministro José Sócrates , em tom «arrependido» a falar de novo para a câmara e a dizer que fora malcriado. Percebe-se a irritação de José Sócrates. É óbvio que se a verdadeira preocupação do Governo fosse a protecção e gestão ambiental das Salinas do Samouco , uma das prioridades seria impor um critério rigorioso e politicamente isento no que respeita à selecção das individualidades , que pelo seu mérito científico , conhecimento de causa e experiência no que respeita à recuperação e manutenção de salinas , pudessem assegurar o sucesso na prossecução dos objectivos inerentes a uma instituição desta natureza.Neste aspecto FBastos volta a tocar na ferida. A participação do Estado através dos Ministérios que tutelam os sectores em causa nos orgãos de gestão da Fundação denuncia claramente o propósito de uma vez mais de utilização destes organismos como meio de satisfação do clientelismo político mais primário , num manifesto desprezo pela verdadeira vocação deste tipo de instituição e até de desprezo pelas populações que poderiam usufruir de um funcionamento adequado das mesmas. Neste aspecto a autarquia comunistas de Alcochete revela uma confrangedora hipocrisia política. Já foi aqui referido , que enquanto oposição , a CDU criticou severamente as opções do Poder Central e da própria autarquia quanto à Fundação. Agora no poder , e na perspectiva de alguns dos seus autarcas e militantes poderem participar no verdadeiro "rapa o tacho" em que se traduzirá a repartição de cargos nos orgãos de gestão da Fundação entre os "boys" noemados pelos departamentos estatais , e os "boys" da CDU , os autarcas desta força política esquecem rapidamente as posições públicas que no passado recente assumiram quanto a esta questão.O que todos estes senhores esquecem quando está em causa o interesse partidário , é que as pessoas aceitam pagar impostos para que estes financiem a administração central e o poder local , para que estas cuidem das suas necessidades , como por exemplo a Saúde , Segurança Social ( reformas) Ensino , Justiça , Defesa e Segurança Pública , obras de interesse público.Quando o poder central (Governo ) e o poder local ( no caso concreto a Câmara Municipal de Alcochete), em nome do clientelismo partidário trocam as prioridades , só se pode concluir num sentido.É POR CAUSA DO TACHO!!!
Estes senhores não pensam que são Estado para responder às necessidades das pessoas.
REFORÇO o que FBastos refere e que eu já referi anteriormente noutros comentários.
ESTÁ A HORA DAS PESSOAS ACORDAREM.
Resta então saber se na hora do voto as pessoas estarão suficientemente despertas para por de lá para fora aqueles que desbaratam o seu dinheiro em nome do TACHO POLÍTICO. (Governo e Câmara Municipal).
Já agora volto a perguntar: Onde é que estão os dirigentes das restantes forças políticas com assento na Assembleia Municipal? Porque é que assistem passivamente a estas coisas?
Luis Proença
Caro Luís Proença:
Esta maioria nada disse, nos últimos tempos, sobre o assunto fundação das salinas de Samouco. O silêncio pode não ser hipocrisia, a menos que perdure e tenha conhecimento de desenvolvimentos significativos do processo.
Do pensamento recente desta maioria, tudo o que sei consta do programa eleitoral sufragado pelos eleitores.
No qual pode ler-se o seguinte sobre o tema:
a) "Cooperar com as entidades competentes para a defesa, qualificação e promoção das áreas protegidas e das Zonas Húmidas – Instituto de Conservação da Natureza (ICN), RNET e Fundação das Salinas do Samouco, bem como com as Associações de Defesa do Ambiente e ainda com escolas e demais partes interessadas".
b) "Garantir a concretização de todo um conjunto de acções que, em articulação com a Administração do Porto de Lisboa (APL), a Fundação das Salinas do Samouco e a Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET) e outras partes interessadas, potenciem a Orla Ribeirinha como espaço privilegiado da promoção turística ambiental e ecológica, desportiva e de lazer do município".
c) "Reivindicar a colaboração e apoio da Lusoponte em matérias relativas à sua responsabilidade ambiental nas transformações do leito e dos braços do rio Tejo que constituem a rede hídrica de suporte à Zona das Salinas do Samouco";
d) "Pedir a colaboração e apoio da Fundação das Salinas do Samouco".
e) "Colaborar com a missão da Fundação das Salinas do Samouco".
Parece-me que nada disto exprime a opinião que, em 2004, os autarcas desta maioria tinham acerca dessa fundação, e por isso continuo a aguardar por uma qualquer reacção política.
Se se confirmar que tudo fica na mesma e apenas nos vão mexer mais no bolso, então haverá hipocrisia.
Por fim, não sejamos demasiado severos com os dirigentes políticos locais. Todos têm sérios problemas, de organização e não só. Três nem sede administrativa possuem a funcionar, sequer esporadicamente.
Encontrei um dirigente partidário – que suponho ambos conhecermos – e, visivelmente, não está de boa saúde.
Dizia-me, há tempos, outro dirigente de uma colectividade local: "há mais vida para além de Alcochete".
Provavelmente tem razão.
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