PASTOR
Quem me dera ser pastor,
Ter casebre sobre o monte,
Levantar-me ao alvor,
Para o Sol virar a fronte,
Ajoelhar-me no chão,
Erguer as mãos ao alto,
Rezar de gratidão
Sem qualquer sobressalto,
Descer a vertente
Agarrado ao cajado,
O rebanho à minha frente
Feito mar ondulado,
Ao meio dia descansar
À sombra de uma azinheira,
Meu amor recordar
Mais aquela Sexta-Feira...
Sexta-Feira aziaga
Que noivado acabou.
Desde então sangue e água
Do meu peito jorrou.
João Marafuga
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