Palavras como "deverá", "prevendo-se" e "provável", que pontuam esta notícia, têm implícito que o aeroporto chegará demasiado tarde – se chegar, porque subsistem sinais de hesitação – para minimizar a crise imobiliária latente a nível local.
Consequentemente, tendo secado a tradicional fonte de metade do orçamento autárquico, as soluções terão de ser adoptadas a outro nível.
A julgar pelas aparências creio ser urgente encontrar um rumo alternativo. As contas do ano passado continuam no segredo dos deuses e o prazo de pagamento a fornecedores excede, em média, 140 dias. Ninguém estranha?
De momento, não vejo outra alternativa senão a redução de despesas. O tema é incómodo mas na campanha autárquica do próximo ano ninguém poderá contorná-lo.
Para quê prometer o Paraíso com apertos de tesouraria?
Para quê sondar os eleitores sobre nomes de potenciais candidatos sem responder, previamente, a tantas dúvidas que assaltam o espírito dos mais atentos?
2 comentários:
Efectivamente, esse é cerne de todas as questões. A abordagem habitual são as concessões ao imobiliário, como forma de financimento.
Esta questão leva-nos às actuais políticas de financiamento das autarquias, que já demonstraram terem impactos brutais no ordenamento do território. Vejo com bons olhos o modelo britânico (?) em que as autarquias funcionam como "cobradores de impostos" e ficam com um percentagem do valor recolhido.
Paulo Benito
A grande dificuldade é convencer qualquer ministro nacional das Finanças a seguir essa via.
Já vi referenciada essa solução mas passá-la à prática, no Portugal de hoje, parece-me quase impossível.
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