12 julho 2008

Corrida de touros versus ditadura


A queda da URSS provou também que o endeusamento da ciência é um rotundo fracasso, mas no Ocidente vive-se bastante da ilusão de que a ciência nos pode livrar do esforço.

O ódio de muitos à corrida de touros parte do facto de esta se apresentar como uma lição de esforço, divisa principal daqueles cuja opção de vida não é viver à custa dos outros, senão do próprio trabalho. Mas este mesmo é o móbil do capitalismo liberal, alvo da mira das esquerdas à escala planetária.

Nesta conformidade, a corrida de touros é encarada como um entrave à progressão do marxismo, "filosofia" do comunismo, razão por que todos os pretextos são aproveitados para apertar o cerco a uma das manifestações mais prestigiadas da cultura popular em Portugal, vale repetir, a corrida de touros.

Foi o que aconteceu no dia 04-06-08, quando a 12ª Vara Cível de Lisboa, dando provimento a uma providência cautelar da associação ANIMAL, notificou a RTP de que não poderia emitir a 44ª Corrida TV no Domingo de 08-06-08 às 17h30, sob a alegação de que «...as touradas são programas violentos susceptíveis de influir negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescentes» (SOL).
Eis uma pequena amostra do discurso falacioso cujo resultado é o rastejante regresso à ditadura, aparentemente sem o culto do chefe, sem polícia política, sem censura, etc., mas com eficaz restrição à liberdade.

6 comentários:

Anónimo disse...

São cada vez mais incríveis os argumentos utilizados por este senhor para defender aquilo que lhe vai na cabeça.
Vejamos este: "O ódio de muitos à corrida de touros parte do facto de esta se apresentar como uma lição de esforço, divisa principal daqueles cuja opção de vida não é viver à custa dos outros, senão do próprio trabalho."
Portanto, quer o senhor dizer que os participantes da "tradição" da corrida de toiros são todos pessoas de bem, que vivem exclusivamente do seu trabalho. HILARIANTE!!! Eu conheço algumas dessas pessoas, e teria vergonha de ser como elas. E não vale a pena estar aqui a dar exemplos das formas que algumas dessas pessoas utilizam para viver (algumas, como soi dizer-se, à grande e à francesa), pois são do conhecimento público.
Olhe, meu caro senhor, em todo o lado existem pessoas sérias, e pessoas menos sérias. Argumentos destes são patéticos. E julgo que não faltará muito para que o senhor venha a público defender outra das boas tradições portuguesas - o marido dar cargas de porrada na esposa -, à conta de um qualquer mirabolante argumento saído desse cérebro inane.

João Mateus (Montijo)

Unknown disse...

João Mateus (não te conhecerei desde há décadas?), vens aqui dizer mal das pessoas num tom que não te fica bem, pois nenhum ser humano é perfeito.
Independentemente de «...em todo o lado exist[irem] pessoas sérias e pessoas menos sérias», a verdade é que na corrida de toiros está patente o valor do esforço. Contra este, venha ele donde vier, está muita gente que deseja impor uma lógica de Estado sobre a sociedade, nomeadamente sobre aquelas camadas mais laboriosas e independentes que prezam sobremaneira esse outro valor, vale dizer, o da liberdade.
A minha posição é eminentemente política, razão por que não chega chegar aqui e ler um post meu e logo mandar palpites.
Entre nós, alcochetanos (não o serás também tu?), nas Festas do Barrete Verde e das Salinas, homenageamos o Salineiro, o Forcado e o Campino, símbolos vivos do ESFORÇO.

Anónimo disse...

Caro José Mateus,

Concordo consigo quando adjectiva o tipo de argumentação utilizado pelo «Prof» Marafuga. Durante os meses em que embirrou com o blogue e se auto afastou , o Praia dos Moinhos viveu na plenitude do seu propósito que será o de ser um fórum temático sobre Alcochete. A sede de protagonismo e de reconhecimento intelectual e religioso do «Prof.» Marafuga fê-lo retornar ao blogue inundando-o de considerações que nada têm a ver com o objecto do mesmo , atacando de forma agressiva e num tom de desprezo altaneiro , todos os que ousam rebater os seus devaneios religiosos e moralistas. O «Prof.»Marafuga pretende assumir o papel de «cruzado» dos tempos modernos , batendo em tudo e todos que na sua perspectiva endurecida ousam questionar aquilo que ele define como valores da Civilização Ocidental Judaico-Cristã. Contudo , e com«m todo o respeito, o «Prof.» Marafuga andará mais perto da figura do D.Quixote do que do cruzado.
Caro João Mateus aceite o meu conselho quando pensar no «Prof.» Marafuga:
Ser indiferente ao que ele diz é vencer o preconceito e a soberba intelectual. Ser indiferente ao que ele diz isso sim é uma proeza intelectual .O resto é chacinar o que há muito já está acabado ...

José Corte-Real

Unknown disse...

Então façam-me o favor de ser indiferentes ao que eu digo.
Andor!

Anónimo disse...

Concordo plenamente com o Sr. Corte-Real.
E é perceptível pelo discurso continuado do Sr. JMarafuga que ele treme quando existem posts com argumentação capaz de lhe fazer frente (ver abaixo as respostas em jeito de fuga ao assunto que ele dá nos posts "Budas" e "Uma intelectualidade de direita"). Ele prefere que esta sua (dele) participação neste blog seja um mero solipsismo: ele fala, e os otários ouvem e calam. O que é curioso, pois esse foi o estratagema da propaganda soviética durante muitos anos...

J. Mateus

Unknown disse...

Mas, ó J. Mateus, a ser verdade o que dizes, como explicas que eu publique os teus posts?