17 julho 2008

A capela de Nossa Senhora da Vida ( 2)


Embora não seja eu o autor do texto, recebi do sr. Miguel Boieiro a seguinte mensagem:

"Para os devidos efeitos, quero informar o meu amigo que, contrariamente ao que se encontra escrito no seu blog, a Câmara Municipal nada teve a ver com a reparação da Capela da Senhora da Vida que, como sabe, não é propriedade municipal. Tive conhecimento do estado muito degradado das madeiras que compunham o tecto e das pinturas. Com muita pena, soube depois que a Santa Casa da Misericórdia não as conseguiu recuperar. Felizmente foram tiradas fotografias ao tecto o que possibilita a sua reprodução, quando as pessoas quiserem.

"Já em relação à Igreja da Misericórdia, foi possível estabelecer um protocolo de acordo com a Santa Casa e a Câmara empreendeu, com sucesso, a restauração do edifício, respectivos tectos e retábulo (só estes últimos custaram, na altura 26 mil contos).
"De tempos a tempos, dou uma espreitadela ao blog que, relativamente aos seus textos e a outros, encontro utilidade. Já o mesmo não posso dizer dos textos do Sr. Marafuga. Quando são provocações primárias e descabidas, ainda se tolera, porque, à vista desarmada, se nota não terem qualquer cabimento. No entanto, há outros textos eivados de maldade e de mentira que podem causar confusão nalgumas pessoas menos avisadas. Estou-me a reportar, nomeadamente, a escritos onde aparece o meu nome, referido, quase sempre, com má intenção. É claro que não lhe respondo porque isso não iria adiantar nada, dada a sua comprovada desonestidade intelectual.
"Quero ainda dizer-lhe que nada tenho, nem tive, contra o Marafuga. Pelo contrário, uma vez até o convidei para compilar uma antologia dos poetas alcochetanos e valha a verdade, o homem saiu-se muito bem.
"Ficam pois, estes esclarecimentos para o caso de lhe proporcionarem alguma utilidade.
"Cumprimentos!"

A minha resposta está num comentário a este texto.

Actualização

Após a publicação do texto acima e, a pretexto de comentário que o sr. João Marafuga entendeu fazer, o sr. Miguel Boieiro enviou-me nova mensagem:

"Não teria escrito da forma como o fiz se, antecipadamente, soubesse que o meu amigo iria colocar o texto no “blog” de que é um dos administradores. Para mim, é de facto, o seu blog, porque entendo ser a pessoa que nele tem mais conhecimentos e responsabilidades.

"Considero a resposta do Sr. Marafuga, compreensível, dentro do contexto habitual e face aos seus condicionalismos psicológicos. Tudo bem! No entanto, devo confessar que me fascinam os temas abordados e proponho um encontro com ele, só os dois, ou com mais alguém, se acharem preferível, para que possamos debater civilizadamente, olhos nos olhos, com lisura de processos e respeito mútuo, mas abertamente, todas as questões que se vêm levantando.
"Compreende, não me move mais que o prazer intelectual, a análise psicológica da condição humana, a descoberta da “verdade” e a possível irradiação de “ódios de estimação” que não ajudam a bem solucionar os problemas.
"Afinal, somos contemporâneos, temos quase a mesma idade, gostamos muito da nossa terra, porque não nos sentamos para conversar?
"Apaixona-me a crítica, mesmo que infundada, não por masoquismo, mas porque ela permite sempre, através do que agora se chama o “mecanismo do contraditório”, aprender e evoluir positivamente. Adoro discutir política nacional e internacional, linguística, sociologia, psicologia, medicinas não convencionais, religiões (tenho na minha biblioteca particular os livros sagrados das principais religiões mundiais e na última semana de Agosto irei empreender uma espantosa viagem à Grécia e à Turquia, denominada “Os Caminhos de S. Paulo”, conjuntamente com sete padres católicos), bois bravos e mansos (não é impunemente que me chamo Boieiro) e sobretudo, Alcochete com as suas gentes e idiossincrasias muito próprias.
"Naturalmente que o encontro que proponho seria para concretizar quando fosse possível às partes interessadas (dia, hora e local) e sem quaisquer preconceitos, tabus, ou baias limitativas, a não ser as regras da convivência democrática. Ou seja, admitir que possamos estar errados, que a outra parte poderá ter razão e que a meta será sempre o aperfeiçoamento mútuo para tentar influenciar, de modo construtivo, o progresso da sociedade em que nos integramos.
"Deixo ao Sr. Bastos o critério (agora sim) de publicar, ou não, este desafio no “seu” blog.
"Cumprimentos!"

Ao publicar a réplica creio não ter violado qualquer regra das relações humanas, até porque o texto principia com palavras formais: "Para os devidos efeitos(...). Entendi isto como exercício do direito de resposta.
Nem ouso sequer oferecer-me como medianeiro entre os srs. Boieiro e Marafuga, por me parecer haver entre ambos mais que divergência de pontos de vista.
Mas gostava que, em Alcochete, toda a gente dialogasse serenamente. E, sendo raros os acordados e atentos, nada temos a ganhar se alguns andarem de candeias ás avessas.

13 comentários:

Fonseca Bastos disse...

Grato pela réplica e pelo reconhecimento de utilidade a este «Praia dos Moinhos». Sabia ser leitor frequente, tal como outros correligionários que insistem em dissimular. Sirva-lhes de exemplo, pelo menos, a sua dignidade.
Confundindo propriedade com poder, o sr. Miguel Boieiro acha que este blogue é meu e queixa-se-me de algo a que só não sou alheio porque pertenço à comunidade alcochetana e, portanto, a Igreja da Senhora da Vida também a mim diz respeito.
Está redondamente enganado acerca do meu poder neste condomínio.
«Praia dos Moinhos» é um blogue colectivo, tão livre quanto os seus autores.
Na coluna da esquerda constam oito nomes e cada autor escreve o que entende, identificando-se no rodapé dos textos.
Concordando ou discordando do que leio em «Praia dos Moinhos», considero a liberdade individual um dos fundamentos da democracia e, sendo todos cidadãos da mesma comunidade, agradeço-lhes qualquer intervenção cívica.
Pelo menos estes cidadãos – com nome próprio e cara descoberta – denotam recusar a condição de beduínos ou camelos, o que me parece digno de reconhecimento. E tenho boas razões para crer que não pregam num deserto porque, com crescente frequência, são campeões de audiência electrónica no concelho.
Quanto ao cerne da questão, relevante seria saber se a obra realizada na Igreja da Senhora da Vida foi anterior ou posterior a Março de 1996, desde quando o edifício está abrangido pela protecção legal derivada da classificação como Monumento de Interesse Público. Se foi posterior, a lei penaliza quem desvirtua o património e quem o consentir.
Se foi anterior, mesmo não sendo da responsabilidade directa do município incidiu sobre um templo secular com assinalável valor e intimamente ligado a respeitáveis tradições populares. Os autarcas são e sempre foram responsáveis solidários pela preservação do património, tendo particulares poderes nesse âmbito e dispondo de instrumentos de intervenção, de fiscalização, de denúncia e de correcção.
Considero ainda estranho que, confirmando haver documentação fotográfica susceptível de permitir a reprodução do tecto original, tal obra nunca tenha constituído uma prioridade. Esqueceram-se da Igreja da Senhora da Vida? Quantos casos similares haverá por aí?
Facto é que, sem solução adequada e oportuna, por desinteresse ou ignorância desta geração a igreja será transmitida aos vindouros amputada na sua beleza e riqueza patrimonial. Doa a quem doer, para mim isso é indesculpável!
Sou alheio às divergências pessoais e políticas entre os srs. Marafuga e Boieiro, pelo que não me imiscuirei nas mesmas.
Agradeço e retribuo os cumprimentos do sr. Miguel Boieiro.

Unknown disse...

Ouve, Boieiro, não é preciso entrar no argumento "ad hominem" (sabes o que é?) para eu pintar o teu retrato perante os leitores deste blog.
Não sou forte na exposição de factos, mas sou capaz de saber e fazer o mínimo para mostrar a todos que Salazar, que aparentemente acusas, preparou o caminho de todos os Boieiros de Portugal.
Agora tenho entre mãos exames nacionais do 12º ano (2ª fase) e férias marcadas a partir do dia imediatamente a seguir à entrega dos mesmos, mas logo que tiver oportunidade, continuarei com as denúncias de todo o mal que, sob o meu critério, fizeste a esta terra de Alcochete.
Só tenho pena que a lei burguesa que combates te proteja relativamente a algumas das questões em torno de ti que eu gostaria de levantar.
Para já fica escrito: eu não tenho nenhum respeito por ti.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Unknown disse...

Não há diálogo possível entre a Democracia e o despotismo.
Não há diálogo possível entre mim e o Miguel Boieiro.

Unknown disse...

Reli o texto do Miguel Boieiro. Afinal ele também é psicólogo? O que é que isto poderá evocar na mente de todos os amantes da liberdade?
Têm todos a certeza de que o Miguel Boieiro não me está a humilhar a toda a força como só comunista o sabe fazer?

Fonseca Bastos disse...

Gostava que, em Alcochete, se dialogasse serenamente.

Unknown disse...

Sr. Bastos, eu não tenho ilusões, não é possível dialogar serenamente com comunsitas...até porque, como diz o grande Filósiofo Brasileiro Olavo de Carvalho, não há comunismo honesto.
Agora não tenho tempo para escrever mais estruturadamente, mas dentro de 15 dias fá-lo-ei sem dúvida se Deus mo permitir.
O 2º texto do Miguel Boieiro é gravíssimo, mas ele vai dormir sempre tranquílo não só porque a ideologia comunista aniquíla a consciência como também ele sabe que apenas uma minoria de pessoas chegam ao que lá está escrito.
Numa palavra: seria a um hospital psiquiátrico que eu iria parar se este homem detivesse poder para tal.
Todos os comunistas tratam assim os seus adversários.
E a estratégia de descredibilização do adversário que praticam, sobretudo desde o grande criminoso comunista Estaline que exterminou mais de 20 milhões de seres humanos. Isto leio eu em todos os textos, mas um aluno russo que tive confirmou-mo com um sofrimento sobrenatural no rosto.

Unknown disse...

Corrigenda: «É a estratégia...»

Anónimo disse...

O Sr. Bastos é que manda no blogue.
Publica os comentários que mais lhe convém.
Elimina os que menos lhe convém, elegando que os mesmos eram ofensivos ou que ofendiam a honra de terceira pessoa.
Eu leio neste blogue dezenas de comentários eleborados por si e pelo marafuga que ofendem sériamente a honra e a imagem de muita gente. Mas como os ofendidos não são do CDS/PP, então não faz mossa, os ditos não têm honra...
Sejam coerentes, não sejam tendenciosos.
Deixem-se de armar em samaritanos porque Alcochete já percebeu as vossas intenções. Dizer sempre mal é muito bom, muito fácil e muito recreativo. Não é?
Aposto que em vez deste comentário vai aparecer:
"Este comentário foi eliminado pelo administrador do blogue"


Jorge Pereira

Fonseca Bastos disse...

Mentir é maldade absoluta. Não é possível mentir pouco ou muito; quem mente, mente. A mentira é a própria face do demónio; Satanás, além deste nome, chama-se também mentira.

(Victor Hugo)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

A verdade dói a alguns. Mas calá-la dói mais a muita gente.
Sigam com o blog e tenham coragem.
A reacção não passará!

Paulo Benito disse...

Fico feliz por ler neste blog um texto do Sr. Miguel Boieiro, pessoa que respeito.
Ideias diferentes, promovem o debate, o interesse e o desafio intelectual.
Lanço um desafio ao Sr. miguel Boieiro de se envolver de uma forma mais activa neste blog.

Paulo Benito