12 março 2007

Intendência sobre antiguidades

Acerca do artigo que mostrava um livro antigo sobre Alcochete, datado do séc. XVIII, que por acaso já tinha encontrado no sítio Google Books.
Neste momento, no âmbito do 3.º ano do meu curso de arquitectura, vou fazer uma análise urbana à Vila de Alcochete e elaborar uma proposta de alteração da "cidade" (cidade em arquitectura é o espaço urbanizado).
Durante uma pesquisa, reparei que, nesse tempo, Alcochete era conhecida por Alcouchete. Então fui procurar pelo termo no Google Books e mostro aqui os resultados.
Para mim o mais interessante, que mostra a importância de Alcochete para os refúgios reais, é este texto de Garcia de Resende, datado de 1798, que fala do rei D. João II que foi com a rainha ver touros em Alcochete, no terreiro junto à igreja, com toda a comitiva real. Muita gente fugiu na rua principal aquando da investida do boi. A gritaria era muita e o Rei de Portugal protegeu a rainha e matou o touro, com a sua espada. A vergonha foi para os fidalgos, que fugiram!
No mesmo livro está também a descrição do que seria um pequeno almoço com o primeiro vice-rei da Índia, em Alcochete
Noutro, está a partida da princesa filha de D. João III (estou incerto do que li, pois é de difícil compreensão), do Terreiro do Paço até Alcochete, com uma frota de caravelas e tecidos, para Castela. Deve tratar-se da princesa Maria Manuela, que casou com Filipe II de Espanha. Penso que se trata da descrição da sua partida, junto com o dote.
Pelo que percebi, Alcochete era um ponto de passagem mais rápido para se chegar a Castela, fazendo a travessia do rio Tejo.

Nesta página está um poema de Gil Vicente.

Até se refere um milionário do Japão, jesuíta, nascido em Alcochete (1786), de seu nome João Rodrigues Giram, e os seus livros na biblioteca Lusitana.

E há uma enciclopédia de inglesa de 1827, «The New London Universal Gazetteer, or Alphabetical Geography».

Aqui está a descrição topográfica de Alcochete (muito pouco topográfica, do ponto de vista contemporâneo) de 1712, onde fala de Alcouchete e Çamora Correia.

Bruno Miguel Rosa
Alcochete



P.S. - Pedi ao autor que, quando possível, nos revelasse a sua proposta de alteração da "cidade".
Bruno deixa-nos boas pistas para o vizinho Alcochetano explorar o assunto no seu «Coisas de Alcochete».

1 comentário:

Alcochetano disse...

Parabéns ao Bruno, desconhecia o Google Books, que parece ser de grande valor para futuras pesquisas.

Vou dar uma vista de olhos a estes links.

Obrigado

Alcochetano