Rogo por este meio a quem puder ajudar a acordar os principais dirigentes partidários portugueses, que lhes faça chegar o maior número possível de links ou de cópias deste texto.
Alcochete tem Lisboa à vista e parece perto da sede do poder nacional mas, como concelho, é politicamente encarado com sobranceria, menoridade e insignificância.
Desde D. Manuel I que quase ninguém se interessa por esta espécie de bastardos da Pátria, salvo duas honrosas excepções nas distantes décadas de 50 a 70 do século passado: Eng.º João Maria Ferreira do Amaral e Dr. Elmano da Cruz Alves, os quais, sentados em Lisboa, muito fizeram por Alcochete.
Hoje vivem aqui pouco mais 16.000 portugueses, invariavelmente tratados com desdém – até pelo poder local – quando não votados a um vil abandono. Valem tão pouco que até os meios de comunicação nacionais só noticiam as coisas negativas.
O desprezo é tal que, há 15 meses, pelo menos, esta comunidade está transformada num imenso deserto político-partidário.
Ninguém terá reparado que, nas últimas eleições locais, o partido mais votado voltou a ser o dos abstencionistas. Isto quer dizer alguma coisa? Ou não?
Vejamos o que sucedeu em seguida:
1. O PCP detém maioria confortável nos órgãos do município (Câmara e Assembleia Municipal). É também maioritário nas juntas de freguesia de Alcochete e de Samouco.
Há quase ano e meio que os comunistas governam a seu bel-prazer. Sem oposição visível nem perceptível. Se tem ou não sido positivo é o que se saberá tardiamente.
2. O PS elegeu três vereadores e oito deputados municipais – por inerência tem também assento a presidente da Junta de Freguesia de São Francisco – mas o partido está sem actividade conhecida quase desde Outubro de 2005.
A sua sede concelhia encerrou pouco depois e, há escassas semanas, continuava sem órgãos institucionais.
No Verão de 2005 criou um sítio na Internet (está aqui), que emperrou com a derrota...
Há mais de um ano que nenhum socialista aqui residente dá sinal de vida nos meios de comunicação local ou regional.
3. O PSD elegeu dois deputados municipais, que criaram um blogue em 30 de Janeiro de 2006 (está aqui). Nele prometiam dar conta das suas iniciativas mas, por motivos nunca explicados, acabaram por suspendê-lo a 12 de Março seguinte. Até hoje.
Pouco antes das últimas eleições locais, este partido criou também um sítio na Internet. Mas logo a seguir encerrou-o.
Em 15 meses não tive conhecimento de qualquer iniciativa ou actividade partidária, nem sinais de vida nos meios de comunicação local ou regional.
4. O BE não tem, nem nunca teve, secção concelhia em Alcochete. Não elegeu ninguém e a sua candidata à câmara terá – politicamente, pelo menos – desaparecido de circulação há 15 meses.
5. O CDS não elegeu ninguém, o presidente da concelhia demitiu-se e a secção foi encerrada dias após o sufrágio de Outubro de 2005. Também desconheço qualquer iniciativa ou actividade partidária desde então.
Pergunto: seremos tão feios, porcos e maus para merecermos esta debandada geral?
2 comentários:
O Sr. F. Bastos tem toda a razão ao bradar aos céus e pedir socorro. A situação é grave, complexa e presumivelmente de contornos maquiavélicos. O pelouro do Urbanismo faz o que entende, o Sr.Presidente pactua, os vereadores do PS na oposição(inexistente), neste caso dão pequenos retoques e apoiam. Parecem estar todos do mesmo lado da barreira, algo de estranho senão mesmo de comprometedor se passa. Antes que seja tarde, está na altura do Povo despertar e actuar,exigindo aos autarcas a prática das promessas feitas. Um alerta às entidades tutelares: indaguem e investiguem. Os interesses de Alcochete devem estar sempre acima dos interesses de grupos, pessoas ou partidos."yo no credo en brujas, pero que las hay, las hay".
Mas que raio... de onde vêm os políticos? Não vêm da comunidade? Se sim e se o relato é válido, então: o problema está na comunidade. Assim sendo, deve a comunidade continuar a existir? Duvido que deva... por estas e por mais razões!
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