02 junho 2006

Mudar «Salineiro», sim ou não?


Como muitos sabem – se nunca reparou nisso, vá observá-la de perto – a escultura dedicada ao salineiro, da autoria de Francisco Simões, situa-se no Largo da República, em Alcochete, e tem dimensões manifestamente inadequadas para o local.
Parece-me também estar um pouco "escondida" e, porque se pretendeu, com indiscutível justiça, homenagear uma actividade outrora tradicional no concelho e a determinação dos que lutaram contra duras condições de trabalho, creio merecer maior visibilidade.
Os mais antigos residentes recordar-se-ão, certamente, que a obra, inaugurada a 1 de Dezembro de 1985, suscitou na época acaloradas discussões na vila, precisamente porque a escultura era desproporcionada em relação ao espaço e ao casario envolvente. Além disso, a sua implantação fez desaparecer um terreiro que, durante décadas, fora privilegiado local de convívio e de cavaqueira.
Na mente de algumas pessoas paira – há muito, disseram-me há meia dúzia de anos – a ideia de transferir a obra escultórica para uma das zonas de antigas salinas.
Em duas décadas Alcochete cresceu muito, tanto em dimensão como em rotundas, parecendo-me que, actualmente, o mais difícil será escolher o local ideal para a recolocar.
Porque também escasseiam acolhedores espaços de convívio, nomeadamente no centro histórico, faria todo o sentido remodelar e humanizar o pequeno Largo da República – incompreensivelmente pejado de automóveis – criando um pequeno e acolhedor jardim público.
Se alguém estiver com disposição de pensar no assunto, apresento seguidamente algumas alternativas. Usando a caixa de comentários, convido outras pessoas a pronunciarem-se sobre isto, justificando os seus pontos de vista.
Hipóteses que deixo à consideração geral:
– Recolocar a estátua junto ao fórum cultural, se e quando for possível acabar o espaço envolvente, porque algumas das mais importantes salinas principiavam perto;
– Mudá-la para a rotunda da Avenida da Revolução, junto à Rua D. Maria Teresa de Noronha, substituindo o dispensável OMNI (objecto metálico não identificado) hoje aí existente. A volumetria das actuais edificações e das previstas parece-me corresponder, adequadamente, à dimensão da obra escultórica;
– Transferi-la para a rotunda do Entroncamento, a principal e mais movimentada entrada no concelho. Confesso ser esta a sugestão que menos me agrada. Defendi, há muito, que essa rotunda fosse repensada e arranjada com urgência. Creio hoje que uma boa solução para o espaço central seria a colocação de um grande mastro com uma bandeira do município de dimensões apreciáveis.
Aproveito para sugerir gosto artístico e algum investimento no arranjo das inúmeras rotundas criadas no concelho. São já mais de uma dezena e nenhuma faz sentido no estado actual.

3 comentários:

Unknown disse...

Essa do OMNI, para mim, é bombástica. Se calhar foi dádiva de algum extra-terrestre. Quem sabe?

Anónimo disse...

Concordo em absoluto com a deslocação do "Salineiro" para um outro local, já que o seu porte não se coaduna com a praça de forma alguma.

Aliás, pessoalmente acho aquela escultura muito mal conseguida, pois considero que há uma desproporcionalidade gritante entre o corpo e a cabeça da mesma, mas enfim a "arte" não se discute...

O local para a sua colocação, francamente, não sei, talvez porque o "Salineiro" não é do meu agrado.

Mas ali não.Também sei que estas considerações são uma utopia, pois quem a mandou lá pôr, não deve ter consultado a população para a sua colocação (não sei, pois então não vivia em Alcochete, e vinha cá muito pouco).

Alcochetano disse...

Sinceramente apesar de estar de acordo consigo, no que diz respeito a alguns itens mencionados no seu post , custava-me muito que, neste momento, se deslocasse esta estátua para outro lugar qualquer, quer pela habituação, quer pela larga visibilidade. Pelo orgulho do objectivo, que a fez estar ali, por me correr sal nas veias, acho que o destaque tem de ser enorme, mesmo quando a base de toda a estrutura, podesse ser melhor situada e centrada e a própria figura um pouco melhor conseguida, mas como diz a Sra. Maria, a arte não se discute. Na minha opinião o Largo da "Praça" continua a ser um local de convivio e bastante activo devido ao comércio envolvente.

Penso que o que se deve considerar seriamente é a toda a questão de tráfego, em toda a zona histórica. Temos de estar alerta para este problema e não remediando a situação com "pináculos" e canteiros de flores quando existe uma queixa devido aos maus e abusivos estacionamentos.
O condicionamento de trânsito, deveria ser uma das hipoteses e a fiscalização deveria ser ainda mais dura, com visitantes e LOCAIS.

Esta é a minha humilde opinião.