Sou político sem poder deixar de sê-lo porque sou cidadão, mas o meu discurso nada tem a ver com o dos políticos da nossa praça. Eis por que arrisco a verdade: desde o 25 de Abril que eu nunca vi com bons olhos as políticas de esquerda para a minha terra de Alcochete.
Até há pouco tempo julgava que o problema estava nos homens e não propriamente nos partidos comunista e socialista. Hoje penso exactamente o contrário: a causa das coisas está nas ideologias de esquerda e muito menos nos que as professam real ou aparentemente.
Explico então por que as pessoas sempre me viram a esgrimir contra quem está na Câmara: no passado, a refrega era travada contra homens ignaros cuja ignorância eu ainda distinguia dos partidos políticos que os acoitavam; no presente, esses partidos são, para mim, eles mesmos, a fonte de toda a treva que obscurece Portugal porque cada vez mais fazem depender a sociedade de decisões do Estado. Este, por exemplo, está muito mais na origem da nossa classe média do que a riqueza gerada por uma actividade produtiva. Dirão que me contradigo porque pertenço aos quadros do Estado. Eu responderia que me colocassem numa escola privada sem insinuar que quisesse o fim absoluto do ensino público.
Por tudo isto, aqui e agora, defendo para a minha terra uma coligação do PSD e CDS, isto é, defendo uma solução de direita para os destinos de Alcochete.
Bendito seja o meu estimável inimigo Miguel Boieiro que já nos anos 80 dizia para mim: «Você é de direita!». Nesse tempo eu ainda me alimentava de ilusões de esquerda e tomava as palavras deste ex-presidente da Câmara de Alcochete por insulto.
2 comentários:
Defendo apenas que haja oposição política organizada, séria e coerente, qualquer que ela seja.
Mas que oposição poderá haver em Alcochete se o segundo mais votado tem a sede encerrada há meses; se o seguinte desperta apenas três meses de quatro em quatro anos e nele ninguém está autorizado a sair da cepa torta; e se o terceiro e quarto nem sede têm?
Que democracia é esta, senhoras e senhores?
É a "democracia" de um sítio sem justificação para existir como entidade político-administrativa.
Perante este cenário não me espanta e talvez seja racional a extinção do concelho de Alcochete!
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