12 fevereiro 2008

Quando o poder fica mal no retrato (3)

Em 2006 a densidade populacional de Alcochete era de 126,2 habitantes/Km2 – pouco acima de Montijo e ligeiramente abaixo de Palmela – estimando a estatística oficial que a taxa de crescimento efectivo da população, relativamente ao ano anterior, tenha sido de 4,06% (apenas Sesimbra nos ultrapassou).
A este ritmo e sem soluções à vista em inúmeras áreas sociais relevantes, Alcochete corre o risco de se transformar em zoo humano dentro de um lustro.

Em 2006 houve 64 matrimónios, 34,8% dos quais católicos. Foi superior o número de casamentos dissolvidos (92), sendo 45 por morte de um dos cônjuges e 47 por divórcio.


Estrangeiros residentes no concelho eram raros, representando 0,64% da população (103 pessoas). Mas as coisas podem estar a mudar: nesse ano, 99 estrangeiros solicitaram estatuto de residentes no município (dos quais 61 homens).

Por grupos etários, os residentes dividiam-se do seguinte modo:
0-14 anos - 2690
15-24 anos - 1731
25-64 anos - 9036
65-74 anos - 2737
75 e mais anos - 1153
Em 2006 registaram-se 237 cidadãos nados-vivos, dos quais 73 fora do casamento. Destes, 52 coabitam com os pais. Houve 136 óbitos e somente 3 de crianças com menos de um ano.

Passando aos indicadores de cultura, o Município de Alcochete gastou 70,5€ por habitante, representando estas despesas 8,4% das registadas no ano. No conjunto dos nove municípios da Península de Setúbal foi a quinta despesa mais elevada.
Dos 1075 milhares de euros aplicados em despesas correntes de cultura e desporto, 165 milhares foram com o património (museus), 102 milhares em bibliotecas, 124 milhares em música, 10 milhares em artes cénicas, 232 milhares em actividades socio-culturais e 322 milhares em jogos e desportos.
As despesas de cultura e desporto parecem-me excessivas, tanto mais que metade foram aplicadas nas duas últimas rubricas.
Como também me parece muito estranho que a afluência de visitantes a museus municipais seja classificada como informação confidencial e, portanto, desconhecida da generalidade dos cidadãos. Justificação desconheço, mas seria bom averiguá-la.


Na saúde pública, em 2005, existiam em Alcochete nove médicos, 15 enfermeiros e 29 funcionários administrativos. Por milhar de habitantes, as médias eram de 1,4 enfermeiros e 1,5 médicos. Entre os nove municípios da Península de Setúbal, Alcochete era o quinto com menor número de profissionais de enfermagem e o quarto pior servido de médicos. Realizaram-se 27.934 consultas e, em média, cada habitante foi ao médico 1,8 vezes nesse ano.
Parece-me curioso salientar, ainda, que residiam então no concelho de Alcochete 23 médicos, sendo 10 não especialistas.
Quanto a mortalidade média por milhar de habitantes, 3,2 pessoas faleceram por doenças do aparelho circulatório, 2,2 por tumores malignos e 1,1 por doença de declaração obrigatória.

(continua)

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