Mais um grave acidente imobilizou, terça-feira (19 de Fevereiro), durante quase cinco horas, milhares de automobilistas sobre a ponte Vasco da Gama, no sentido Norte-Sul.
A frequência de acidentes e incidentes é tal que se estranha não haver ainda medidas eficazes para impedir a entrada de veículos no tabuleiro quando o trânsito está bloqueado.
Nada justifica que milhares de automobilistas entrem numa ponte com 13kms de extensão, para mais adiante ficarem aprisionados várias horas sobre o tabuleiro.
Sendo impossível evitar a espera a quem já se encontra sobre a ponte no momento do acidente, muitos mais podem ser poupados a semelhante incómodo desde que haja um plano de contingência.
Dizem-me que, nesta terça-feira, houve mosquitos por cordas. Algumas pessoas perderam a paciência e terão forçado uma saída na área de serviço. Se for verdade, o poder popular é sempre a pior das soluções, principalmente quando a democracia não está em perigo.
A ponte não abriu ao tráfego a semana passada, mas em 29 de Março de 1998. Passou o tempo mais que suficiente para a empresa concessionária adoptar – ou alguma entidade pública lhe exigir que adopte – medidas preventivas. Parece-me um direito legítimo de quem tanto paga pela travessia.
É certo que, a considerável distância dos acessos, existem hoje painéis avisadores. Mas só há poucos meses funciona o do lado de Alcochete (no IC13) e, ao longo de nove anos, muitos milhares de automobilistas pagaram uma portagem... para a prisão.
Tendo de manter-se atento à condução, nem sempre o automobilista ou camionista repara nas mensagens dos painéis. E, por vezes, elas nem são suficientemente claras. Sucede a muita gente ler "incidente a X kms" e, uma ou duas horas depois, concluir que a mensagem deveria ser mais clara: "Acidente. Não entre na ponte".
Para reforçar o alerta, há muito que, em ambos os extremos dos acessos e em locais onde ainda seja possível divergir para outro destino sem efectuar uma manobra perigosa, deveriam existir pórticos com semáforos que sinalizassem situações anómalas. Mudariam para vermelho logo que ocorresse um acidente com bloqueio das faixas de rodagem e assim se manteriam até que a fluidez do tráfego recomendasse a normalização.
Já agora, deixo duas interrogações para o caso de ter como leitor(a) algum(a) responsável pelas concessionárias da ponte e das auto-estradas. Um painel permanentemente iluminado, com a tradicional mensagem "Circule pela direita. Seja prudente", é ou não inútil? O hábito faz ou não desse painel peça decorativa para o utente frequente?
Enquanto utilizador da ponte e das auto-estradas preferia que estivessem normalmente apagados. Quando iluminados significaria alguma anormalidade e não deixaria de reparar neles.
P. S. - Descobri isto num blogue, o melhor complemento para exemplificar matéria acima abordada.
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