29 fevereiro 2008

Abaixo a foice e o martelo! Viva a colher de pedreiro!


O gráfico acima (clicar sobre ele para ver versão ampliada) diz quase tudo e refere-se ao Município de Alcochete.
Ilustra a quantidade de licenças de construção concedidas anualmente, entre 1999 e 2006, com excepção do ano de 2003 porque não encontrei dados em parte alguma.
Chamo a sua especial atenção para as 224 licenças de construção emitidas no ano de 2006, que representam um aumento superior a 70% em relação ao precedente e se situam 29,5% acima da média dos seis anos anteriores de que obtive dados estatísticos.
Por acaso – mero acaso, bem entendido – 2006 foi o primeiro ano completo de mandato de uma nova maioria que, cansada dos mui proletários foice e martelo, logo que chegou ao poder elegeu a colher de pedreiro e a talocha como ferramentas do desenvolvimento sustentável.
Já agora, esclareço que, das 224 licenças de construção de edifícios concedidas em 2006, nada menos de 205 respeitaram a obras habitacionais novas.
Quanto a reconstrução e recuperação de edifícios antigos, o que a estatística nos revela acerca do ano de 2006 é isto: zero!
Manda a verdade que se acrescente uma brilhante estatística, fruto de carinho e dedicação pelo património edificado e do muito trabalho de incentivo à restauração dos edifícios habitacionais antigos nas três freguesias do concelho de Alcochete. Os resultados são os seguintes:

2005 - Edifícios habitacionais recuperados: 4
2004 -
Edifícios habitacionais recuperados: 4
2002 -
Edifícios habitacionais recuperados: 0
2001 - Edifícios habitacionais recuperados: 0
2000 - Edifícios habitacionais recuperados: 0
1999 - Edifícios habitacionais recuperados: 0

Decididamente este país não é para velhos, sejam eles pessoas ou edifícios!

1 comentário:

Unknown disse...

Não há outra forma de luta contra estes homens: confrontá-los com os factos porque ideologicamente eles não podem ir além destes.
Se eu venho para aqui reclamar dos autarcas "honestidade", eles riem-se para dentro, porque "honestidade" é um valor meu e não deles, o que não invalida que eles se sirvam da "honestidade" e de muitos outros valores que são meus para o alcance dos fins deles (o discurso vai assim redundante porque às vezes também convém).