04 fevereiro 2008
Quando o poder fica mal no retrato (1)
As estatísticas oficiais mais recentes evidenciam erros do poder local em Alcochete.
Por hoje cingir-me-ei ao aumento da população residente, aos dependentes na Terceira Idade e aos estabelecimentos de ensino. Nos próximos tempos abordarei outros dados úteis para o conhecimento do retrato social e económico do concelho.
Estima-se que, de 2001 a 2006, a população residente em Alcochete tenha aumentado mais de 24%, passando de 13.010 para 16.194 indivíduos. A manter-se este ritmo – o que só poderá confirmar-se dentro de dois a três anos – teremos hoje mais de 17.255 vizinhos.
No mesmo lapso de tempo, no distrito houve um único concelho (Sesimbra) com maior aumento populacional, embora a sua superfície habitável seja quase dupla da nossa e aí existam menores condicionamentos ambientais.
Enquanto a população residente em Alcochete crescia exponencialmente, ninguém cuidou de adequadas condições sociais.
Existiam 102 idosos por cada 100 jovens, mas um único lar de Terceira Idade (o da Misericórdia), ampliado pela última vez em 1972, com capacidade inferior a uma centena de internamentos. Para os que podem, há ainda uma instituição privada para cerca de duas dezenas de idosos.
Em 2006, um em cada quatro idosos residentes era dependente. Havia mais de meio milhar nessas condições.
Não é menos negro o panorama no ensino.
No pré-escolar, em 2006, Alcochete era o concelho do distrito com menor número de estabelecimentos públicos e privados, ficando, inclusive, aquém dos menos populosos (Alcácer do Sal, Sines e Grândola).
No 1.º ciclo do ensino básico a situação era pior, porque não só as escolas são geralmente antigas e mal equipadas como havia a segunda pior oferta do distrito (abaixo somente Sines).
No 2.º ciclo continuávamos com uma única escola pública, enquanto Alcácer do Sal – com população equivalente à de 2001 em Alcochete – possuía duas escolas.
No 3.º ciclo, Alcochete era o concelho mais mal equipado do distrito: uma única escola, contra 3 em Alcácer do Sal e 2 em Sines e Grândola.
No ensino secundário o panorama não era melhor: único concelho do distrito com uma só escola!
(continua)
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