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Germano José Carvalheda foi Agente Técnico de Engenharia Civil pelo antigo Instituto Industrial de Lisboa, hoje Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL).
Nesta foto vemos o nosso poeta ao trabalho sobre o seu estirador.
O MEU SISTEMA
Pus de parte as ferramentas,
Mandei-as todas ao diabo.
P'rás alturas tenho as ventas,
P'ra espessuras tenho o rabo.
Fita de pano é chatice,
As de aço são ferrugentas,
Os compassos dão tolice,
Pus de parte as ferramentas.
Parti o metro padrão,
Do estojo já dei cabo,
As peças de medição
Mandei-as todas ao diabo.
O duplo metro é banal,
Como as demais ferramentas.
Quando meço em vertical,
P'rás alturas tenho as ventas.
P'rás coisas arredondadas
Podem crer no que me gabo:
Sejam grossas ou delgadas,
Pra espessuras tenho o rabo.
Com este poema, Germano Carvalheda segura a ponta do fio que desce de António Botto e perpassa por todo o nosso modernismo.
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