Não é preciso sair para fora de Alcochete para nos depararmos com santos. Eles aí estão: o Beato Manuel Rodrigues (séc. XVI) e o Padre Cruz (séc. XX).
Se eu quero ser digno dos valores defendidos por estes dois membros da Companhia de Jesus, evidentemente que abraço a síntese de todo o Evangelho: amor de Deus e amor do próximo.
No entanto, há homens, muitos homens, cujos guias de vida não são varões que professaram as mais lídimas virtudes cristãs, mas líderes políticos que fizeram do extermínio a pedra angular da própria acção: Estaline matou mais de vinte milhões, Mao matou mais de setenta milhões, Pol-Pot matou mais de dois milhões, etc.
Ora a pergunta é esta: se os guias da minha visão do homem e do mundo são assassinos, eu poderei ser um santo?
Se eu quero ser digno dos valores defendidos por estes dois membros da Companhia de Jesus, evidentemente que abraço a síntese de todo o Evangelho: amor de Deus e amor do próximo.
No entanto, há homens, muitos homens, cujos guias de vida não são varões que professaram as mais lídimas virtudes cristãs, mas líderes políticos que fizeram do extermínio a pedra angular da própria acção: Estaline matou mais de vinte milhões, Mao matou mais de setenta milhões, Pol-Pot matou mais de dois milhões, etc.
Ora a pergunta é esta: se os guias da minha visão do homem e do mundo são assassinos, eu poderei ser um santo?
5 comentários:
Vamos lá tirar a limpo uma coisinha que ficou pendurada de uma pergunta minha feita aqui há dias atrás.
Como diz Emmanuel Levinas, o outro o que pede é respostas.
Toda as pessoas sabem que o Padre Cruz nasceu em Alcochete; quase nenhumas que foi na Rua Senhora Sant'Ana que este homem de Deus viu pela primeira vez a luz do dia e não na Casa do Rossio como se lê numa lápide incrustada na parede.
O que é que o humilde Padre Cruz teria contra a ruazinha onde nasceu?
Ana, segundo a tradição, foi o nome da mãe de Jesus.
Pela mãe de Jesus se bateu o Padre Cruz ao longo de toda a sua vida porque ele sabia que sem Maria não poderia haver Cristianismo.
Já em 1913 este padre alcochetano era o confessor de Lúcia.
Quando o Padre Cruz fez os oitenta anos (1939), concelebrou-se uma missa em homenagem do aniversariante e um dos concelebrantes era o cardeal Cerejeira que no fim, ao momento do beija-mão, se ajoelhou perante o santo da nossa terra.
E esta?
O Dr. Elmano Alves, sobrinho-neto do padre Cruz, nunca me negou que ele tivesse nascido no Rossio.
Como explicar o eventual erro da localização da placa evocativa do seu nascimento, afixada em 1950?
Como chegou à conclusão ter sido na Rua Senhora de Sant'Ana?
«Cheg[uei] à conclusão ter sido na Rua Senhora de Sant'Ana» porque pensei não poder duvidar do testemunho de vários antigos, inclusive moradores da referida rua, cujos pais e avós também já lá moraram.
Mantenho sem retirar um "til" a tudo o que disse, pois as pessoas que me falaram no assunto, algumas já fora do nosso convívio, merecem de mim toda a credibilidade.
Os alcochetanos sabem muito bem por que as coisas se passaram assim. Noutra altura poderei voltar a este tema.
Se o Padre Cruz nasceu na casa do Rossio, esta já foi construída há mais de 150 anos, uma vez que o nosso santo veio à luz deste mundo no ano de 1859.
Acredito que os alcochetanos mais velhos saibam muito bem por que as coisas se passaram assim. Mas os menos velhos ignoram e, já que invocou o assunto, parece-me oportuno que o aprofunde e fundamente.
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