05 setembro 2008

Nada de confusões

Levado pela lição que me dá Olavo de Carvalho (vulto eminente em Filosofia Política de quem conservo alguns e-mails personalizados), o front económico contra os comunistas não deve ser o único a levar a cabo porque, hoje em dia, talvez nem seja o mais importante.
Sobretudo depois da queda do Muro de Berlim que o mesmo é falar do fim da URSS, o livre mercado de alguma maneira se integra na nova estratégia para a revolução socialista à escala mundial.
O que acabo de afirmar não pode espantar ninguém, uma vez que, por exemplo, sendo a ideologia comunista ateia, as câmaras do PC não deixam de apoiar manifestações religiosas em todo o sul de Portugal.
Para o movimento comunista, tudo é susceptível de virar meio ao serviço da revolução sem que a contradição incomode minimamente.
Mas se eu não tivesse alguns conhecimentos do que é o marxismo, como poderia fazer as denúncias já feitas neste texto de tão poucas palavras?
Tudo isto para dizer que, na presente conjuntura da Aldeia Global, a luta político-cultural é tão ou mais importante que a económica contra o comunismo.

2 comentários:

Fonseca Bastos disse...

Presumivelmente não terá visto, ontem à noite, na RTP2, um interessante documentário sobre as relações Leste/Oeste nas décadas de 60 a 90.
Interessante e inédito por conter intervenções de políticos e conselheiros de ambos os lados, que foram protagonistas em longas e difíceis negociações.

Unknown disse...

Não vi, sr. Bastos, mas o que sei é que muitos políticos ocidentais, eram nesse tempo e ainda são hoje muito crédulos face à Rússia, nada aprendendo com o desastre político que foi o daquele 1º ministro inglês chamado Neville Chamberlain. Também este, ao tempo, achava que Hitler não era mau de todo, não obstante todos os repetidos avisos de Churchill, o que salvou a Europa do Nazismo.
Hoje inúmeras vozes em todo o mundo vêm dizendo que afinal o comunismo não acabou, que desde Estaline nunca esteve tão forte, que o movimento comunista à escala mundial quer submergir a Civilização Ocidental, etc., mas muitos e muitos não acreditam para acreditarem quando for tarde.
Isto faz-me lembrar Jeremias. Este grande profeta de Israel advertia os compatriotas contra o perigo representado pela Babilónia, mas as autoridades judaicas subestimavam tal perigo e devotavam ao desprezo o homem de Deus.
Hoje, ontem no caso de Chamberlain, há mais de dois mil anos no de Jeremias, o fio condutor é sempre o mesmo: o realismo político foi sempre deitado para trás das costas, a favor de um optimismo bacoco.
Que farão os americanos em Novembro?
Deus nos livre de ficarmos às mãos de todos os Ananias do nosso tempo