O mecanismo do bode expiatório vê o mal unicamente no outro, visando a destruição deste.
A nível da linguagem, usa-se a metáfora como um processo facilitador: a (des)razão colectiva escolhe certas figuras malignas como "mais ruins que outras". Quem se socorre do mecanismo escolhe essa figura e aplicá-a indiscriminadamente ao outro odiado.
Por exemplo, Hitler foi de facto muito ruim, mas hoje esta figura é utilizada para absolver outros tiranos tão ruins como ele.
Erros históricos crassos opuseram o nazismo ao comunismo, ainda que para o historiador Alain Besançon um e outro sistemas não passem do verso e reverso da mesma medalha.
O abusivo uso comunista do mecanismo do bode expiatório estendeu-se à mentalidade de nossa época.
Hoje, Hitler é o mal absoluto.
Quando toda a caracterização do mal é despejada em alguém, muitos saem absolvidos do outro lado: Estaline, Mao, Pol-Pot, etc.
Agora é fácil perceber por que os conservadores costumam ser insultados de "fascistas" (já me aconteceu a mim), quando o próprio comunismo, segundo Hannah Arendt, é um totalitarismo.
1 comentário:
Retoquei o texto.
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