A verdade não é monopólio do meu grupo cultural.
Se eu pensasse que a verdade é monopólio do meu grupo cultural, não teria qualquer possibilidade de acolher a cosmovisão de outros grupos culturais.
Quando na ex-colónia da Guiné, depois de um enterro, assistia à festa de toda a aldeia onde eu estava destacado, compreendia que aqueles indígenas animistas faziam da vida e morte uma só coisa. Esta compreensão da cultura alheia era-me dada a partir da estrutura trinitária vivida pela cultura teológica cristã.
Assim, a verdade está por cima dos grupos culturais e cada um destes é uma janela aberta para aquela.
Nesta conformidade, eu não estou a perceber o desprezo cada vez maior no Ocidente por todos os aspectos culturais relativos à comemoração do nascimento de Jesus Cristo. Sei apenas que a isto chamam multiculturalismo, embora, no meu ponto de vista, melhor lhe chamassem desconstrucionismo, sanha diabólica.
Será que o respeito pelas outras culturas exige a abdicação da cultura que foi a dos meus pais e avós?
Eu sempre pensei que só poderei ser das outras culturas à força de ser da minha!
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