04 junho 2008
Partilhar o carro
Vai para dois anos, recomendei neste texto que os alcochetanos se associassem para gastar e poluir menos com os automóveis de um só ocupante no vaivém diário casa-trabalho.
Muito antes, noutras latitudes, houve campanhas públicas intensas sobre o tema e os resultados continuam a ser positivos.
Basta reparar aqui existirem nada menos de 5.310.000 páginas referenciadas sobre o tema.
Estará aqui, finalmente, o princípio de uma solução desconhecida da maioria em Portugal?
Mais do que o boicote às gasolineiras A, B ou C – matéria que, há semanas, continua a inundar a minha caixa de correio electrónico – creio que a partilha do automóvel poderá ser uma reacção conveniente dos cidadãos à crise.
Há outras reacções possíveis, como ir de bicicleta ou de burro para o trabalho.
Não, não estou a brincar. Quem pensaria há uns anos que, meio século volvido, os simpáticos jumentos voltariam a ser úteis e económicos como meio de transporte para curtas distâncias?
São considerados em vias de extinção mas, pelo rumo que as coisas levam, em breve poderão deixar de o ser.
Inevitavelmente, voltarão a ser necessários ferreiros, albardeiros e palheiros.
P.S. - Por falar em burros: horas depois veio-me à memória este texto lido, há tempos, no blogue laranjinha de Alcochete. Estará Rute Figueiredo enganada porque, em Portugal, pelo caminho que as coisas levam, talvez acabem mais depressa os automóveis que os burros?
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4 comentários:
Concordo plenamente com o Sr. Bastos. Mas, há sempre um mas, será que a partilha de viatura é realmente a solução? Não será mais proficuo que as entidades competentes sejam pressionadas a melhorar os transportes publicos? Dou como exemplo Alcochete. Fora da chamada "hora de ponta" é um martirio chegar a Alcochete. Já cheguei a demorar pelo menos duas a três horas, desde o terminal do Cais do Sodré até Alcochete, saindo de Lisboa pelas 11H00 cheguei a casa já passava das 13H00. Digo eu, e é a minha opinião, vale o que vale, se melhores transportes existissem porventura menos veículos circulariam.
Partilhar o carro não é a solução é uma alternativa mais económica que quatro rodas, cinco bancos, uma bagageira vazia e muitos litros de combustível consumido para um único ocupante.
Pressionar as entidades competentes por causa dos transportes públicos é outra história. Eu não sei quais são as competentes. Que coexistem demasiadas incompetentes, isso é um facto.
Sempre que, em Alcochete, leio e escuto reclamações sobre transportes públicos, lembro-me do pobre rio Tejo.
Uma auto-estrada líquida invejada por muitos estrangeiros, que os habitantes de ambas as margens se limitam a encarar como esgoto, caixote do lixo e, desde há uma década, também espaço ideal para plantar pontes.
Erro meu ou, por pensarmos pouco e mal, acabaremos por deixar de herança um país mais pobre, endividado e sem perspectivas de sobrevivência como nação independente e soberana que o recebido dos nossos antepassados?
Sr. Bastos, a sua pergunta final é muito pertinente.
Também pode ser considerada impertinente.
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