Em comentário recente, um(a) anónimo(a) incitava a fazer alguma coisa pelo concelho. Não explicou como e era importante tê-lo feito, porque acerca disso existem pontos de vista divergentes.
A quem está no poder, por exemplo, a melhor forma de os cidadãos ajudarem o concelho é fazerem como até aqui: alhearem-se. Se continuarem a pagar, quietos e calados, tudo correrá às mil maravilhas.
A quem, de forma mais ou menos desorganizada e quase sempre incoerente, luta para chegar ao poder, a melhor ajuda será apoiar os seus desejos de chegar lá acima, mesmo que ninguém saiba rigorosamente nada sobre o que pensa fazer, como e onde estão os meios necessários. Isso parece importar-lhes pouco, pois o importante é concretizarem os objectivos de assalto ao poder. Chegados lá saberão como tratar do resto.
Há também a maioria silenciosa, cansada e desiludida, que amaldiçoa a situação e barafusta por tudo e por nada, mas prefere ignorar soluções que dependem sobretudo da sua vontade e participação colectiva. Daqui a um ano essa maioria contribuirá para uma abstenção superior a 50% e seguir-se-ão mais quatro anos de sacrifícios e frustrações, sem que se vislumbre luz ao fundo do túnel.
Sobra uma reduzida franja de inquietos, que acreditam haver soluções se aparecer gente capaz de compreender que a situação actual é inaceitável, que se paga demasiado para nada haver em troca, que as autarquias não podem continuar opacas, que os eleitos mais recentes mentiram ou não justificaram a confiança em si depositada, que há demasiadas coisas por esclarecer nos corredores do poder, que os interesses da comunidade não estão a ser defendidos com vigor.
Nesta altura, creio que o melhor contributo que poderá ser dado pelos inquietos será prepararem um programa de acção, em torno do qual seja possível aglutinar desejos de mudança, de seriedade e de transparência.
Revelarei todos os anteprojectos que me sejam enviados e eu próprio irei redigir um breviário, a apresentar dentro de semanas.
Que não seja por carência de ideias que o imobilismo nos atire para a fossa.
2 comentários:
E que mais há a dizer?
Sim, há mais algumas coisas a dizer, mas os parâmetros estão dados.
Concordo com tudo relativamente à parte do programa de acção.
É importante que quem pode dê início a um espaço de debate público, apartidário e devidamente divulgado.
Também me parece importante que o devido espaço seja físico e não virtual.
Acredito que se realmente for possível o que descrevo, então aos poucos os anónimos aparecerão e juntar-se-ão, contribuindo seguramente de uma forma positiva para o futuro do concelho.
Que se crie então uma “equipa” de cidadãos dos diversos quadrantes, que elaborem uma proposta base e que a coloquem na mesa.
A esta distância das eleições convêm que seja um trabalho quinzenal, pois há muito de positivo para fazer.
A divulgação da evolução do trabalho também deve ser quinzenal .
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