22 maio 2008

Viva a desigualdade


Viva a desigualdade.
Viva a verdade da minha diferenciação, de não poder engravidar e dar à luz.
Viva a desigualdade.
Viva a possibilidade de eu me auto-determinar, de escolher a direita política e aborrecer a esquerda, de defender a estabilidade do lar em vez da liberdade sexual, de favorecer a vida em detrimento da morte, de optar pela leitura em vez do futebol, de preferir música clássica e detestar a pimba, de comprar só camisas brancas ao longo da minha vida e preterir quaisquer outras.
Viva a desigualdade.
Viva o facto de não sonhar, de não pensar, de não falar, de não sentir, de não rir como o outro.
Viva a desigualdade.
Viva a cor da pele que Deus me deu, a minha fé cristã, a cultura dos meus pais e avós.
Viva a desigualdade para que não morra a liberdade.

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