Não se pretende aqui efectuar um balanço de 2010 no entanto todos reconhecemos as adversidades que o Pais atravessa, dificultando naturalmente a vida de inúmeras famílias. Vivemos um período de austeridade, que nos condiciona em todas as facetas da vida mas fundamentalmente no capítulo financeiro.
Apesar da conjuntura socioeconómica, as famílias, uma vez mais, numa autêntica “ginástica” financeira repleta de patriotismo, vão dificilmente contornando os obstáculos e fazendo a sua vida muito condicionada aos problemas já referidos. Deste modo o ano chega praticamente ao fim e com ele surge a mais bela Quadra do Ano.
O Natal é motivo de emoção, de desfrutar desse momento tão belo e nobre como seja o nascimento de Jesus Cristo. Contudo e simultaneamente, é tempo de reflexão, e face aos motivos que iniciaram este meu périplo, quiçá de consternação e sobretudo preocupação.
Numa noite sublime, única, como é a noite de Natal, já pensaram quantas famílias no nosso concelho vão estar sós, abandonadas?
Quantas famílias no nosso concelho não possuem uma habitação digna?
Quantas famílias no nosso concelho não podem usufruir da tradicional ceia de Natal, sendo certo que muitas delas passam inclusivamente fome, até porque não duvidem, existe fome no nosso concelho?
Quantas crianças no nosso concelho gostariam de receber uma prendinha na noite de Natal e para elas esta noite será uma igual a tantas outras já vividas?
Podereis equacionar a minha retórica mas creiam que esta realidade existe, e nalguns casos concretos com uma descrição significativamente pior do que aquela que aqui refiro, no entanto os políticos da nossa Praça continuam preocupados com outros valores…descurando completamente os valores humanos, os princípios básicos da vida, as condições elementares da sobrevivência no Concelho. Diminuem-se as habitações sociais, diminuem-se as preocupações com o encerramento do espaço da Cruz Vermelha Portuguesa em Alcochete, onde através de colaboradores voluntários se desenvolviam várias acções sociais, alegam-se competências, atribuem-se responsabilidades ao dito “poder central”, mas ter atitude, exercer iniciativa, dinamizar projectos, acompanhar ideias de solidariedade sem querer assumir o protagonismo da acção, isso ao que parece não é política. Provavelmente não gera votos, mas esta é a política que eu sei desenvolver, é a política que pratico, pois para mim, as pessoas estarão sempre em primeiro lugar!
E existe tanto, mas tanto por fazer pelas pessoas, basta consultarmos o Instituto Nacional de Estatística, Alcochete é um dos piores municípios da península de Setúbal e da Grande Lisboa em termos de indicadores ambientais. O sistema público de abastecimento de água serve apenas 88% da população, somente 76% dispõe de sistemas de drenagem de águas residuais e da ETAR beneficiam apenas 77% dos residentes. Ainda são cerca de 2.000 pessoas a consumir água de poços em detrimento da água da rede pública.
Estes são alguns bens básicos que associados a outros aqui não referidos deixam-nos numa posição bastante fragilizada comparativamente a outros Concelhos. As pessoas, a população necessita que lhes sejam dadas condições de vida. Não podemos ignorar ou fazer de conta que está tudo bem, não…não está, e se para uns Alcochete é terra de encantos e emoções, creiam que para muitas das nossas famílias esse oásis ainda não foi encontrado.
Reflictam sobre isto, conversem em família, no restaurante, nas associações ou colectividades, nos cafés, na rua, conversem…pelo menos ergam a vossa voz e manifestem a vossa preocupação perante a passividade e a inoperância com que estes problemas tendem a ser resolvidos.
Agora, chegados à noite de Natal, faço votos que na imensidão dessa pintura magistral designada por céu, exista uma estrela que sorria para si.
Nesta noite abençoada, preencho o meu coração de pedidos de uma vida melhor para todos.
Não percam a esperança, acreditem que existe sempre alguém, que de uma forma ou de outra, estará sempre convosco.
Neste Tempo de Paz e Amor, importa repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo o que a cerca.
É tempo de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança renovada e que mora dentro dos nossos corações.
É tempo de entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui ou pelo cargo que ocupa.
Que sejamos justos, enfim, para merecermos as bênçãos de todos os céus.
Feliz Natal!
Fernando Pinto
Deputado Municipal Independente eleito pelo PS
bancadapsalcochete@gmail.com
Apesar da conjuntura socioeconómica, as famílias, uma vez mais, numa autêntica “ginástica” financeira repleta de patriotismo, vão dificilmente contornando os obstáculos e fazendo a sua vida muito condicionada aos problemas já referidos. Deste modo o ano chega praticamente ao fim e com ele surge a mais bela Quadra do Ano.
O Natal é motivo de emoção, de desfrutar desse momento tão belo e nobre como seja o nascimento de Jesus Cristo. Contudo e simultaneamente, é tempo de reflexão, e face aos motivos que iniciaram este meu périplo, quiçá de consternação e sobretudo preocupação.
Numa noite sublime, única, como é a noite de Natal, já pensaram quantas famílias no nosso concelho vão estar sós, abandonadas?
Quantas famílias no nosso concelho não possuem uma habitação digna?
Quantas famílias no nosso concelho não podem usufruir da tradicional ceia de Natal, sendo certo que muitas delas passam inclusivamente fome, até porque não duvidem, existe fome no nosso concelho?
Quantas crianças no nosso concelho gostariam de receber uma prendinha na noite de Natal e para elas esta noite será uma igual a tantas outras já vividas?
Podereis equacionar a minha retórica mas creiam que esta realidade existe, e nalguns casos concretos com uma descrição significativamente pior do que aquela que aqui refiro, no entanto os políticos da nossa Praça continuam preocupados com outros valores…descurando completamente os valores humanos, os princípios básicos da vida, as condições elementares da sobrevivência no Concelho. Diminuem-se as habitações sociais, diminuem-se as preocupações com o encerramento do espaço da Cruz Vermelha Portuguesa em Alcochete, onde através de colaboradores voluntários se desenvolviam várias acções sociais, alegam-se competências, atribuem-se responsabilidades ao dito “poder central”, mas ter atitude, exercer iniciativa, dinamizar projectos, acompanhar ideias de solidariedade sem querer assumir o protagonismo da acção, isso ao que parece não é política. Provavelmente não gera votos, mas esta é a política que eu sei desenvolver, é a política que pratico, pois para mim, as pessoas estarão sempre em primeiro lugar!
E existe tanto, mas tanto por fazer pelas pessoas, basta consultarmos o Instituto Nacional de Estatística, Alcochete é um dos piores municípios da península de Setúbal e da Grande Lisboa em termos de indicadores ambientais. O sistema público de abastecimento de água serve apenas 88% da população, somente 76% dispõe de sistemas de drenagem de águas residuais e da ETAR beneficiam apenas 77% dos residentes. Ainda são cerca de 2.000 pessoas a consumir água de poços em detrimento da água da rede pública.
Estes são alguns bens básicos que associados a outros aqui não referidos deixam-nos numa posição bastante fragilizada comparativamente a outros Concelhos. As pessoas, a população necessita que lhes sejam dadas condições de vida. Não podemos ignorar ou fazer de conta que está tudo bem, não…não está, e se para uns Alcochete é terra de encantos e emoções, creiam que para muitas das nossas famílias esse oásis ainda não foi encontrado.
Reflictam sobre isto, conversem em família, no restaurante, nas associações ou colectividades, nos cafés, na rua, conversem…pelo menos ergam a vossa voz e manifestem a vossa preocupação perante a passividade e a inoperância com que estes problemas tendem a ser resolvidos.
Agora, chegados à noite de Natal, faço votos que na imensidão dessa pintura magistral designada por céu, exista uma estrela que sorria para si.
Nesta noite abençoada, preencho o meu coração de pedidos de uma vida melhor para todos.
Não percam a esperança, acreditem que existe sempre alguém, que de uma forma ou de outra, estará sempre convosco.
Neste Tempo de Paz e Amor, importa repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo o que a cerca.
É tempo de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança renovada e que mora dentro dos nossos corações.
É tempo de entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui ou pelo cargo que ocupa.
Que sejamos justos, enfim, para merecermos as bênçãos de todos os céus.
Feliz Natal!
Fernando Pinto
Deputado Municipal Independente eleito pelo PS
bancadapsalcochete@gmail.com
2 comentários:
Eis um texto repleto daquilo que são os valores da solidariedade, da fraternidade a de amor ao próximo. Reflecte preocupações de natureza social e aponta caminhos onde a intervenção do poder local pode dar um contributo para uma melhor qualidade de vida na nossa região, designadamente no concelho de Alcochete. Sem dúvida que é um artigo de opinião com uma "verve" graciosa, panegírico em relação aos valores da tradição e humanismo cristão, redigido por alguém que parece identificado com a situação do município.
Porém, apesar da concepção humanista que está subjacente ao texto (e o que passo a dizer radica apenas no facto do autor ser deputado municipal socialista, nada mais), não posso deixar de registar as responsabilidades de natureza social e económica que os socialistas têm com a presente conjuntura que o país atravessa e que não podem ser disfarçados somente com votos e desejos de um mundo melhor. Os socialistas possuem a responsabilidade governativa e chegamos a 2010 neste estádio de degradação social em que vai ser muito difícil dele sairmos. Por isso, entendo que não basta apenas formular intenções, torna-se necessário realizar e é aqui que os socialistas falham. Porque não afirmar a própria incapacidade, assumindo a responsabilidade por aquilo que não conseguiram fazer.
Já aqui o afirmei: Jamais esquecerei aquele socialista que disse haver mais vida para além do déficit!
É a irresponsabilidade total...embora a retórica e eloquência dos socialistas ainda convençam muitos incautos em Portugal.
Em síntese, aos socialistas não basta apenas imputar responsabilidades aos comunistas pelo desperdício e ausência de perspectiva, devem eles também assumir a sua particular incapacidade na gestão e condução dos destinos do país, o que inexoravelmente se repercute em Alcochete.
Ciente da sua atenção, com votos de Boas Festas...
Fernando, olha que o "peace and love" tem ficado muito caro à Humanidade.
A política, mesmo que estejamos às portas do Natal, não pode ter, nunca, pressupostos que apenas assentem nas emoções. Se estas não forem trespassadas pela razão, cairemos todos no abismo.
Emoção para ser verdadeira emoção tem que se deixar cruzar pela razão e razão para ser verdadeira razão tem que se deixar cruzar pela emoção.
Por outras palavras: quando a emoção se separa da razão, ficamos sem emoção e sem razão; quando se unem reganhamos a emoção e a razão.
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