Acabei de falar com Mário Balseiro Dias, autor da «Monografia do Concelho de Alcochete» – cujo II volume fora por mim noticiado aqui, em primeira mão, há cerca de quatro meses – e, embora a sessão de lançamento dessa obra tenha sido marcada e anunciada, unilateralmente, pelo município, para esta terça-feira, 23 de Junho, o autor garante-me que não comparecerá ao acto nem autoriza a distribuição do livro, tendo instruído a sua advogada para intentar acção judicial contra a autarquia.
Sucintamente, a história é a seguinte: no passado mês de Janeiro, por sua iniciativa a câmara de Alcochete encomenda a obra a Mário Balseiro Dias, mediante ajuste directo e pelo valor de 7500€, fixando-se em 120 dias o prazo de execução (terminando em finais de Maio passado).
Conforme combinado entre as partes o pagamento seria feito em quatro prestações, mas afirma o autor terem sido protelados os prazos previamente fixados, devido a alegados problemas na tesouraria autárquica, o que prejudicaria o trabalho de tradução de documentos fundamentais muito antigos, alguns com quase dez séculos.
A revisão de provas foi outra odisseia, com prazos que Mário Balseiro Dias considera excessivamente apertados e em condições despropositadas para uma obra de rigor histórico, razão pela qual não autoriza o uso do seu nome na versão cujo lançamento foi anunciado pela autarquia sem o seu consentimento.
Para completar esta história kafkiana, falta revelar que para a cerimónia de lançamento os serviços do município impunham ao autor uma intervenção com a "duração de cinco a dez minutos", para a qual redigiria "um texto de teor técnico", do qual o "executivo deveria ter conhecimento prévio".
Estas e outras posturas incoerentes e atitudes irreflectidas e precipitadas justificarão o alheamento geral, a ponto de, num município com quase 17.000 residentes, uma obra histórica ter edição prevista de... 500 exemplares?
A política cultural a que temos direito neste pagode de pobres de espírito nunca poderia dar bons resultados.
5 comentários:
Digam-me lá: que comentários é que um homem pode fazer a isto tudo que não é nada?
Eu estou por dentro do testemunho de Mário Balseiro Dias e em posição de concordar com o sr. Fonseca Bastos: esta é uma história verdadeiramente kafkiana.
Se um autarca comunista me pedisse para lhe mostrar previamente o discurso que eu haveria de pronunciar um ou dois dias depois, eu faria que esse autarca comunista se recodasse de mim até ao último minuto antes da morte.
Alguns que me lêem riem-se...mas só porque não me conhecem.
Mas os meus inimigos, os que mais me respeitam nesta terra de Alcochete, sabem que eu não estou a brincar.
PS e PSD lideram isolados a tabela de partidos com mais casos de corrupção autárquica. Veja o artigo no blogue O Flamingo.
Com certeza que hão-de liderar porque também são os maiores partidos.
Mas o que é que o sr. Teixeira quer dizer? Que pelo facto de «PS e PSD lidera[rem] isolados a tabela de partidos com mais casos de corrupção» que está desculpada a corrupção dos comunistas? NEM PENSAR!
Camarada J.S. Teixeira.
E o PC é a quarta força politica ...imagine agora se tivesse a expressão eleitoral de PS ou do PSD.
Vejamos casos de corrupção envolvendo autarcas comunistas.
- Jacinta Ricardo. Autarca do Montijo.Foi condenada por peculato de uso.
- Patacão Rodrigues. Autarca de Vila Viçosa. Caiu nas malhas da justiça e foi condenada por fraude.
- João Barros Duarte. Autarca da Marinha Grande.
- Carlos Sousa. Autarca de Setubal. Em 2003 é descoberto um conluiu entre este autarca e dezenas de funcionários do municipio, a maioria dos quais ligados ao PCP. Através de um alagado esquema ardiloso permitiu que os mesmos se pudessem aposentar antes do tempo devido, lesando desta forma o país e os restantes contribuintes.
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