Analisados desenvolvimentos recentes acerca da degradação da escola básica do Monte Novo, no centro da vila de Alcochete – assunto aqui abordado há alguns dias – concluo haver duas soluções provisórias que tardaram demasiado.
Embora o executivo municipal tenha o dever de manter as escolas básicas em condições de conservação e segurança e de solucionar os problemas de degradação que nelas vão surgindo, foram necessários repetidos alertas e muitos meses de espera para alguém se preocupar com o estabelecimento do Monte Novo. E só depois de denunciada a situação em público se decidiram, enfim, a mandar limpar o recinto e a tapar buracos no piso.
Já antes havia um projecto de substituição do piso do recinto desportivo, cuja adjudicação foi apressadamente levada à reunião de câmara do passado dia 9, assunto ainda hoje mal esclarecido e explicado, mormente quanto ao prazo de execução.
Oxalá me engane mas, perante o que é do conhecimento público, temo que poucas ou nenhumas melhorias existam no início do próximo ano lectivo, embora, felizmente, ele coincida com eleições.
Haverá outras ilações a extrair deste caso desagradável.
As prioridades orçamentais do município parecem despropositadas. Gasta demasiado em festas, subsídios e detalhes de efeito imediato mas escassamente na conservação e construção de infra-estruturas essenciais que dele dependem exclusivamente.
Os autarcas com funções executivas afadigam-se na elaboração e apresentação de projectos mas nenhum sabe quem irá financiar a concretização. Dantes havia foguetório quando se inaugurava obra nova, agora embandeira-se em arco com promessas.
Os novos estabelecimentos de ensino pré-escolar e básico merecem reflexão urgente e aprofundada, quer porque a capacidade das actuais infra-estruturas há muito foi excedida como porque em cinco anos houve projectos distintos e nenhum foi avante.
Num país onde nascem cada vez menos crianças e num concelho com densidade populacional concentrada em três grandes núcleos justificar-se-ão meia dúzia de pequenas escolas, pouco funcionais porque boa parte delas construída há mais de meio século?
Sem se endividar ainda mais duvido que, nos próximos três a cinco anos, o município de Alcochete consiga obter financiamento público para projectos como os dos centros escolares da Quebrada e de São Francisco. Em face das limitações orçamentais do Estado, quase só projectos intermunicipais têm sido considerados prioritários.
Talvez mais facilmente se obtenha financiamento público para empreendimentos escolares em Alcochete e Montijo se os respectivos edis se sentarem à mesa e planearem um ou dois centros escolares nos limites comuns a ambos os municípios.
Idêntico princípio de complementaridade é ainda válido para muitas outras carências, como as de espaços verdes, de parques de recreio e lazer para a juventude, de infra-estruturas desportivas, de mercados, de saúde, de vias de comunicação, etc.
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