Há quase 27 anos que trabalho numa escola pública. Quem acreditaria que eu, no meu estabelecimento de ensino, nunca tirasse uma fotocópia para fim particular ou utilizasse os telefones para uma chamada pessoal?
Não estou disposto a mentir porque nem o contribuinte nem a minha consciência de criatura imperfeita me perdoariam se mentisse.
Mas será que as irregularidades que referi e de que nunca abusei me inibem de apontar o dedo ao autarca que pediu ao empreiteiro o valor de um apartamento por baixo da mesa para fazer o despacho que permitisse o último de construir até ao terceiro andar quando o PDM, inicialmente, parava no segundo?
Algumas fotocópias para meu uso pessoal ou umas chamadas inadiáveis para a minha família à custa do contribuinte estão sobre o mesmo plano onde está o custo de um apartamento? Claro que não.
O discurso de Ondina Margo é desprovido de adultez política.
O que querem estes socialistas?
FORA!
1 comentário:
Este meu texto é provocado pelo que Ondina Margo escreve no JORNAL DO MONTIJO, edição de 19 de Junho/2009.
Num texto sob o título "Os políticos" que eu só poderia aceitar de um aluno do Secundário, Ondina Margo discorre assim: «Atribui-se aos políticos parte dos males deste país. Desde o uso de dinheiros públicos em proveito próprio à fuga aos impostos ou tráfico de influência. [...] E no entanto, tendemos a esquecer os telefonemas que fazemos no trabalho para o filho ou filha, ou as fotocópias que tirámos no serviço de um livro para a faculdade do neto. [...].
Cada um julgue por si que eu já julguei por mim. E pelo julgamento que fiz sou eu o único responsável aqui e em qualquer lugar.
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