03 março 2008

Não entendo

Há quase um mês que muita gente leu isto ou algo parecido.
No meu texto chamava a atenção para novos espaços de lazer, o maior dos quais situado no Pinhal da Areia, a componente lúdica do outlet (mais informação aqui).

Pela primeira vez, na manhã deste domingo fui ao Pinhal da Areia. Apesar do tempo excelente, cruzei-me com... seis pessoas.
Sei que, por muitas razões, habitualmente os residentes trancam-se em casa e ignoram o que se passa em Alcochete.
Compreendo menos bem que suceda o mesmo em relação ao único espaço razoável para passear, andar de bicicleta e fazer exercício físico em família.
Desculpe-me, mas este alheamento não dá para entender!

6 comentários:

pontos disse...

Pois, eu passei lá no fim-de-semana passado e não sei se voltarei. Em primeiro lugar estava um vento que trazia o desagradável cheiro da suinicultura ali ao lado e espalhava-o por todo o pinhal, o que tornou o passeio insuportável, depois os supostos arranjas que andaram a fazer para abrir o espaço deixaram-no tão feio que a vontade de lá voltar é nenhuma, infelizmente.
Aguardava a abertura do pinhal ansiosamente e fiquei muito desiludida. Não há um banco, revolveram o terreno e tornaram-no impraticável, não há nada de apetecível e o cheiro da suinicultura é insuportável quando o vento sopra de feição. Quanto ao polo das hortas, fui lá ver a exposição e está visto, só vale a pena pela paisagem.

Fonseca Bastos disse...

Tânia tem toda a razão quanto à suinicultura. Pergunte aos seus autarcas o que têm feito para a mandar dali para fora.
O Pinhal da Areia precisa de quem trate o espaço com um pouco mais de respeito pelas pessoas.
Quanto ao Sítio das Hortas, a Tânia já disse quase tudo. O que havia era péssimo. E o que há dificilmente suscitará retorno frequente.
Felizmente, o arq.º Gonçalo Ribeiro Telles ainda está vivo e podia dar uma mãozinha naquilo tudo! Alguém quer convidá-lo?

Paulo Benito disse...

Ilustres companheiros,

Fiquei satisfeito ao ler este texto, porque somos muito ricos na crítica e parcos no elogio. Gosto de ver o lado bom das coisas.
Gosto do Pinhal da Areia. É espaçoso, perto do rio das aves e da natureza. É uma mais valia para Alcochete.
Alcochete é uma terra com raízes rurais. Parte significativa da população cultivou a terra, criou animais e foi vivendo a partir desses meios de subsistência. Não me parece lógico que alguns anos depois, com “desenvolvimento” urbano, se critique a existência de mesmas suiniculturas, fonte de rendimento de muitas famílias no passado.
Reconheço que o cheiro não é agradável, mas já cá estavam primeiro.

Paulo Benito disse...

Subordinado ao título “não entendo”, confesso que não entendo a pouca afluência de Alcochetanos ao programa cultural promovido pela Câmara. Algumas vezes são mais os artistas que a assistência.
Verifico que está a ser feito um esforço financeiro significativo na área cultural, mas reconheço que sem público é difícil manter esta política.
Tornei-me um consumidor assíduo destes eventos em Alcochete e a minha qualidade de vida aumentou. Obrigado às pessoas/entidades que me têm proporcionado isso.

Paulo Benito

pontos disse...

Não estou contra a suinicultura e não me vou alongar sobre este assunto, só acho que é o pior companheiro que podia existir - lado a lado com uma ETAR - para um suposto espaço de lazer e recreio.
Quanto ao respeito, concordo plenamente, tem havido tudo menos respeito. Uma estrutura que nasceu como contrapartida à construção do Freeport, pronta com todo o mobiliário e encerrado a cadeado à não sei quantos anos, aberto agora com pompa e circunstância - muito embora a inauguração do Polo ambiental coma dita exposição do fotos já tivesse aparecido o ano passado na agenda cultural...- e direito a notícia em vários jornais. Isto é que eu não percebo, ninguém diz nada relativamente ao atraso da abertura, ao facto de o espaço estar pronto e fechado com um cadeado que foi várias vezes substituido, porque havia quem teimasse em entrar no espaço - malandros?
O pinhal não precisa de um Ribeiro Telles, com todo o respeito que merece, penso que até eu, com a minha base de Engenheira Florestal, faria melhor do que aquilo. Não é preciso muito para melhorar. Umas sombras a convidar ao descanso, uns bancos, placas legíveis e uma terreno mais apelativo ao passeio, não aquele aspecto de campo de cultivo gradado. Se bem que no site do Freeport sobre o Pinhal venha que este está dotado de:
"Circuito de manutenção
Circuito lúdico-pedagógico
Trilhos sinalizados
Horta pedagógica
Plataformas de observação de aves
Jardim de plantas aromáticas e medicinais
Instalações sanitárias
Portaria
Estacionamento"
A sério, tudo isto? Eu não vi...
Não sou adepta de criticar, também aponto as coisas boas, mas o que devia ser a grande zona verde de Alcochete, uma coisa boa que poderia contrabalançar aquele mamarracho de betão que está a nascer e ao qual chamam de "Flor de Sal" nunca o será desta forma. Faço tenções de passar por lá mais vezes, pois gosto de passear de bicicleta por aí e adoro ir às Hortas ver a paisagem e fotografar e ainda tenho uma réstia de esperança que aquilo melhore, um dia, espero...
Quanto à programação cultural, já o deixei escrito em vários lados e volto a fazê-lo aqui, tem sido feito um belo esforço para nos proporcionar bons espectáculos. Embora more em Alcochete à pouco tempo, já fui a 3 edições do Festival de Expressões Ibéricas e fico maravilhada com a qualidade dos espectáculos. Não entendo é a fraca afluência.
Também já estive no Fórum com cerca de 15-20 pessoas na plateia, o que é triste. Vá lá, no dia dos Clã a sala estava cheia, vamos ver se a afluência se mantêm nos próximos espectáculos.
Também já o referi várias vezes directamente ao Fórum, o espaço de exposições está muito mal aproveitado e algumas exposições têm sido bem fracas, não percebo como é que a Câmara organizou um raid fotográfico - com pouca afluência, mas muito boas fotos - e não aproveitou o Fórum para promover as fotos do Concelho. Também não percebo como é que numa sala nova os aparelhos de som têm que ficar no meio da plateia.
Mas chaga de coisas tristes, mudei-me recentemente para Alcochete, porque gosto desta terra e destas gentes. Nasci em Lisboa e sempre morei no lado de lá, mas agora pertenço aqui com muito orgulho. Defendo Alcochete e divulgo esta que considero "minha" terra sempre que posso. Trago gente aos espectáculos e aos Festivais, falo das festas, dos restaurantes, fotografo e divulgo as fotos. Apaixonei-me por Alcochete e espero que outros o façam também, por isso aponto o que está mal, por isso telefono para a Câmara quando há problemas, por isso tento fazer alguma coisa e participar.
Acho que por agora é tudo!

Tânia Sofia Oliveira

pontos disse...

É urbanização Cerrado da Praia em Alcochete e não Flor do Sal no Samouco, lapso meu!