17 março 2008

Memórias do passado recente

Agora que as eleições para a concelhia do PS de Alcochete já passaram (os resultados foram mencionados neste texto) e não corro o risco de interferir no processo, para memória futura vale a pena deixar registados dois documentos:
1. A carta que António Maduro – primeiro titular da lista vencedora – escrevera aos militantes durante a campanha eleitoral. Além de ter sido parcialmente reproduzida na Imprensa, circulou por correio electrónico. Agradeço a quem a reenviou para mim;
2. Artigo de opinião da autoria Augusto da Silva, candidato da lista derrotada, publicado na edição de 7 de Março do «Jornal do Montijo», por sinal o dia em que decorreu o acto eleitoral.
Nos últimos dois anos e meio não se notou a acção do principal partido da oposição em Alcochete, nem reflexos do trabalho dos seus eleitos nos órgãos do município. Lamentavelmente, no PS local são factos inéditos em mais de uma década.
Reproduzo ambos os documentos, que divergem nas preocupações, nos objectivos e nas ideias.

1. Carta de António Maduro

"Caro(a) camarada
"Na qualidade de cabeça de lista (B) à Comissão Política Concelhia (CPC), do Partido Socialista, de Alcochete, para além do cumprimento das disposições estatutárias e do apoio e colaboração, que deverão ser prestados aos actuais eleitos autárquicos do PS, gostaria de vos transmitir, de forma sucinta, algumas das ideias, que servirão como alicerces ao trabalho que se pretende desenvolver, nesta concelhia, no próximo mandato.
"Após ter participado, nos últimos dois mandatos autárquicos, nas listas do PS, em Alcochete, primeiro como vereador e depois como presidente da Assembleia Municipal, disponibilizei-me, uma vez mais, a participar na vida política activa, na convicção de ser este um direito como militante e um dever de cidadania e, assim, dar um melhor contributo para a “causa pública” e, consequentemente, para o bem-estar dos nossos concidadãos.
"A política é, e deveria funcionar sempre como uma “causa nobre”, na qual a participação dos seus agentes se deve reger pela ética, rigor, honestidade e transparência, em que a resolução dos reais problemas da comunidade, se sobrepõe sempre aos interesses pessoais ou de grupos. Ao procedermos assim, estaremos conscientes de trabalharmos e contribuirmos para o bem comum, para uma sociedade mais fraterna e, socialmente, mais justa.
"A vinda da Ponte Vasco da Gama e as perspectivas da construção do novo aeroporto internacional, nesta região, já criaram e irão criar maior pressão urbanística e demográfica que, não prevenidas, acauteladas ou controladas, poderão originar danos urbanísticos, ambientais e sociais irreversíveis, com a consequente perda de qualidade de vida e descaracterização deste nosso tesouro patrimonial.
"É nesse sentido que os partidos políticos, como estruturas organizadas, têm o dever de alertar, dinamizar e incentivar os cidadãos para a sua participação de forma mais activa em fóruns de discussão, com especialistas de várias áreas técnicas, tais como: gestão do território, desenvolvimento económico, urbanismo, ambiente, educação, saúde e acção social. Assim, poder-se-á encontrar soluções credíveis para um desenvolvimento sustentado, consubstanciadas em formas de participação mais alargadas e consequentemente melhor fundamentadas que, posteriormente, definam estratégias ou linhas de acção programáticas, que fidelizem e sirvam de orientação aos eleitos do PS nas próximas eleições autárquicas, sejam eles militantes ou independentes.
"O contexto actual não é fácil, o desafio é enorme. Estas e outras acções programáticas, inseridas no programa de acção elaborado por esta lista, só serão viáveis se houver uma maioria absoluta na Comissão Política Concelhia, que permita a concretização das ideias e do Programa, e não a perda de tempo em questões menores, acessórias ou ainda em querelas pessoais, que em nada abonam a imagem do PS, desvirtuam os seus objectivos políticos, secundarizam os reais interesses da população e consequentemente de Alcochete.
"Conto, de futuro, com a sua colaboração e participação e, de momento, com o seu apoio".


2. Artigo de opinião de Augusto da Silva

Meus Camaradas, escrevo este artigo, com um sentido de que consiga soar o fim de um silêncio Utópico em redor do Partido Socialista, e fazer nascer do pó ou cinzas um Partido Socialista forte, coeso e baseado na confiança e esperança de um povo.
Só seremos verdadeiros portadores da palavra se tentarmos praticá-la, isto é, a primeira regra dos confiados pelo povo, os políticos.
Existe duas coisas que o Partido Socialista deve fazer que é praticar a camaradagem para com ele praticar a paz no seu interior. Todos nós povo, sabemos que os políticos estão constantemente e de milhões de maneiras mais ou menos subtis, a quebrar as barreiras que os dividem. E essas barreiras um dia desaparecem à volta deles, o que significará uma Utopia na política, pois tal já se nota no campo socioeconómico e na política de certas autarquias.
Por cada desafio é uma oportunidade e a vida não consiste sobretudo em tornar-nos pessoas que sabem lidar com os problemas e o Partido Socialista local precisa disto. Deste modo temos de assumir plenamente a responsabilidade pela forma como contribuímos para a existência deste problema que passa por arrumar a casa.
Porque precisamos de todos os apoiantes socialistas e não daqueles que fazem da traição a sua forma de fazer política pelo Partido Socialista e não podemos sentar-nos à mesa com a hipocrisia de que tudo está bem, quando na mesma esses traidores se sentam. Como também não podemos viver nos feitos do passado nem esperar um D. Sebastião, por quem foi herói fica pela sua luta nos livros da memória e não pode sufocar o Partido Socialista com o castigo de uma traição há muito denunciada. Por outras gentes, outras mentalidades mais joviais tendem a aparecer e outras palavras virão.
Soltemos as amarras da nossa atitude e consideremos o problema uma lição e façamos uma potencial demonstração de poder para sanar todas as coisas, temos de sentir no nosso ser individual já não sustém o problema e nem precisa de o resolver. Desta forma adicionamos outra dimensão de poder à nossa capacidade do nosso Ser e então com esta posição podemos abordar o problema e a sua solução.
Assim teremos a postura do partido forte e de confiança, e experimentemos este caminho dêem-nos a confiança e essencialmente ajude-nos nessa confiança para que juntos baniremos os que traem a nossa confiança e que se socializam na hipocrisia, nos murmúrios e na desacreditação do Partido Socialista de Alcochete, façamos um Partido Socialista de ALCOCHETE Por Alcochete e não no Sector Privado".

2 comentários:

Unknown disse...

Este texto não tem sentido.
João José da Silva Marafuga

Unknown disse...

Quando digo "este texto não tem sentido", refiro-me ao segundo.
Quanto ao primeiro, António Maduro não sabe que está numa área política, a da esquerda, que não lhe permitirá a consecução das boas intenções disseminadas ao longo da sua 'carta'.