Quem leu alguns dos últimos textos aqui publicados, relacionados com a plataforma logística do Passil, compreenderá melhor a importância de que se reveste a revisão do Plano Director Municipal de Alcochete (PDM).
É o documento-guia do futuro urbanístico no concelho e, sem a menor dúvida, sucessivas intervenções cívicas havidas neste e noutros blogues regionais obrigaram a mudar um pouco o jogo.
O diagnóstico técnico acerca do PDM de Alcochete está acessível e há nova versão (datada de Setembro, a anterior era de Junho), no sítio do município na Internet. Mas continuamos sem saber o que pensam os autarcas com funções executivas. Não têm ideias, nem planos, nem projectos? Não podem nem querem partilhá-los, abertamente e por escrito, com quem os sentou naquelas cadeiras?
Entretanto, há um novo loteamento em marcha na Estrada da Atalaia (EM501). A menos que me tenha escapado alguma, com essa serão já três as antigas quintas a albergar prédios deitados.
Em tempos previ que, com o incremento desses loteamentos de conveniência, a artéria já hoje problemática e com alargamento impossível entre os Barris e o CM1003 (acesso a São Francisco) estará pejada de automóveis em menos de cinco anos.
A mim parece-me que nos poucos terrenos disponíveis devia ser dada prioridade à criação de emprego qualificado, procurando que crescente número de residentes encontrem ocupação perto de casa, sejam poupados às despesas e ao suplício do tráfego e tenham melhor qualidade de vida. Privilegiar incentivos fiscais e municipais à instalação de sedes de empresas, de pequenas e médias indústrias não poluentes, centros de I&D em novas tecnologias, desde que garantido o emprego preferencial de residentes, deveria ser a palavra de ordem para os próximos tempos.
A quem não queira mais erros, só posso recomendar que mantenha vigilância apertada ao modo como está a ser revisto o PDM de Alcochete. Ninguém permita que decisões fundamentais para o futuro sejam cozinhadas em gabinetes e passadas ao papel sem escrutínio. Porque depois será necessária uma década para os emendar e a maior parte é irreparável num século.
Raramente o que convém aos autarcas com funções executivas – obter receitas, o mais depressa possível, para realizar obras de fachada – representa desenvolvimento sustentável. Prova disso é que, quando passam à oposição, mudam o discurso.
5 comentários:
Gostaria antes de comentar, de inquirir se esteve (ou se algum dos participantes deste blog esteve) presente no Fórum de Discussão sobre o PDM que houve ontem no Forum Cultural de Alcochete às 21H00
Obrigado
Responderei com muito gosto à pergunta, se o(a) anónimo(a) deixar de o ser.
Se leu anónimo, deveria ter lido "António" que é o meu nome e é o que consta no post
E eu sou a Maria Albertina.
Estive noutra sessão do PDM e quando saí sabia o mesmo que quando entrei.
Presidente da Câmara e Vereadores nada disseram de útil para esclarecimento geral e limitaram-se a fazer perguntas e a ouvir.
Se têm ideias não as expuseram nem revelaram.
Discutiram-se só palpites da assistência. A mesa não apresentou propostas, projectos ou ideias.
Confesso que saí desiludido e não voltarei a pôr os pés em tais sessões, salvo se me garantirem que haverá propostas para analisar e discutir.
L.L. Ferreira
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