Gotas brancas de suor escorriam umas vezes lentas, outras rápidas, pela cara e peitos abaixo, tudo negro negro a brilhar ao sol.
O perene do sorriso descolava os lábios negros e a ferver que resguardavam duas fileiras de dentes, todos brancos de arroz cozido.
Eu estava sentado no chão, a olhar a olhar, a olhar para ela, que pilava pilava, sorria sorria, dum sorriso sem fim!
O peito nu projectava duas mamas negras e a vibrar com bolhinhas de suor aos centos que mais pareciam pedrinhas de cristal.
Uma faixa às listras azuis e brancas escondia as zonas mais sexuais e realçava duas coxas negras e a bailar por onde serpenteavam regos de suor vindos da zona vedada.
Eu estava sentado no chão, a olhar a olhar, a olhar para ela, que pilava pilava, sorria sorria, dum sorriso sem fim!
A misteriosa virgindade ali da selva distrai o meu olhar a perder-se na lonjura.
O bater do pilão a tempos iguais é um batuque amigo daquele silêncio que nos leva para devaneios distantes.
- Tuga! Tuga!
A faixa de pano listrado jazia no chão e um corpo de mulher todo negro erguia-se na minha frente envolto num banho de luz a meter aquele esplendor pelos meus olhos dentro.
E eu tonto de surpresa e espanto, olhava para a negridão daquela estátua viva que pilava pilava, sorria sorria, dum sorriso sem fim.
Maimuna viu e teve a certeza que aceitei a mensagem tatuada nos contornos do seu corpo frenético a desfazer-se em mistério e infinito.
Sem comentários:
Enviar um comentário