07 agosto 2007

Alcochete

Quedas estão as águas no seu leito,
Imóveis as palmeiras do jardim,
Casas brancas as mesmas tais sem fim,
Tudo parou por mágico efeito.

O ar, a graça, as maneiras, o teu jeito
São de outrora, de séculos, enfim,
No teu ar de palhaço, de arlequim
Apostam gralhas ter mulher de peito.

A novidade, força e o aparato
São para o touro em fúria e mais lesto
Que saúdas com palmas e barrete.

Do teu Rossio, ao Troino, até ao Rato
Poder dizer-se é menos que modesto:
As coisas vão na mesma em Alcochete.

António Marafuga/22-9-87

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