Muito já ouvi falar aqui do Círio dos Marítimos, mas há uma questão, Histórica e documentada, pelo qual me esbarro pela segunda vez.
Esta imagem, do arquivo Municipal de Lisboa tem a seguinte legenda:
Procissão do Círio de Nossa Senhora da Atalaia - Joshua Benoliel
E o local da imagem é: Av. 24 de Julho, Lisboa
Data: 1932.
Descrição: Foi uma das mais populares procissões de Lisboa. Cada zona da cidade organizava o seu círio, que era transportado até à ermida de Nossa Senhora da Atalaia, no Montijo. A festa tinha lugar entre a última sexta-feira de Agosto e a segunda-feira seguinte. Os romeiros seguiam depois, em embarcações, para a "outra banda".
Antes desta foto, no Centro de Estudos Olisiponenses, em Lisboa, quando investigava o surgimento da Estação de Santa Apolónia (1865) , deparei-me com outra foto, no cais que existia na zona antes da construção da estação, basicamente com mesmo título que esta, em toda similar a esta. A descrição da mesma referia que será o momento de embarque para a margem sul do Tejo, rumo a Atalaia no Montijo.
Isto é muito interessante, e poucas vezes (ou nunca) li sobre isto.
O Círio dos Marítimos era uma romaria que começava em Lisboa, vinha pelo rio até Alcochete e seguia ate a Atalaia.
Procissão do Círio de Nossa Senhora da Atalaia, baptismo na praia
Ficam aqui mais imagens do Círio, todas tiradas pelo mesmo autor: Joshua Benoliel
Data: 1932.
Descrição: Foi uma das mais populares procissões de Lisboa. Cada zona da cidade organizava o seu círio, que era transportado até à ermida de Nossa Senhora da Atalaia, no Montijo. A festa tinha lugar entre a última sexta-feira de Agosto e a segunda-feira seguinte. Os romeiros seguiam depois, em embarcações, para a "outra banda".
Antes desta foto, no Centro de Estudos Olisiponenses, em Lisboa, quando investigava o surgimento da Estação de Santa Apolónia (1865) , deparei-me com outra foto, no cais que existia na zona antes da construção da estação, basicamente com mesmo título que esta, em toda similar a esta. A descrição da mesma referia que será o momento de embarque para a margem sul do Tejo, rumo a Atalaia no Montijo.
Isto é muito interessante, e poucas vezes (ou nunca) li sobre isto.
O Círio dos Marítimos era uma romaria que começava em Lisboa, vinha pelo rio até Alcochete e seguia ate a Atalaia.
Procissão do Círio de Nossa Senhora da Atalaia, baptismo na praia
Aqui embarque em Lisboa
Pelo caminho ate Atalaia
Atalaia
Nota: a não ser que em Alcochete partisse outra romaria rumo a Atalaia
Peço ajuda a quem possa saber mais sobre o assunto que esclareça-o melhor.
Nunca se fala de Alcochete e esta pode ser outra romaria ... mas penso que não.
Peço ajuda a quem possa saber mais sobre o assunto que esclareça-o melhor.
Nunca se fala de Alcochete e esta pode ser outra romaria ... mas penso que não.
2 comentários:
Não me parece lícito reproduzir aqui excertos de livros de referência sobre círios, pelo que recomendo a O Escritor que consulte na Biblioteca Municipal de Alcochete as seguintes obras:
«Tradições Religiosas Entre o Tejo e o Sado», Luís Marques, Lisboa 1996, Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões, Universidade Nova de Lisboa;
«Círio dos Marítimos de Alcochete», Mário Balseiro Dias, Alcochete 2002, Câmara Municipal de Alcochete;
pode também ser relevante a consulta de «Monografia do Concelho de Alcochete (Séculos XII-XVI) Volume I - Administração», Mário Balseiro Dias, Montijo 2004, edição do autor (há poucas semanas estava ainda à venda num estabelecimento da Rua Comendador Estêvão de Oliveira, em Alcochete, defronte da Sociedade Imparcial). Infelizmente, creio que o II Volume nunca foi publicado. E é pena.
Nestes livros há imensa informação sobre os círios da Atalaia e citações de obras como a «Etnografia Portuguesa», de Leite de Vasconcelos.
Não se sabe quando começaram os círios mas sabe-se, em relação aos que têm como destino a igreja da Atalaia (Montijo), terem sido muitas dezenas ao longo dos séculos. Boa parte dos círios da Atalaia partia de locais muito diversos e, nomeadamente, da margem Norte do Tejo. Mas a maioria pertencia à margem Sul e o primeiro terá sido o dos barqueiros de Aldeia Galega (Montijo), no reinado de D. Manuel I.
Diz-nos Luís Marques, na obra acima citada, que à Atalaia acorriam romeiros de bairros de Lisboa (Chelas e Bairro Alto, por exemplo), bem como de Sacavém e de Oeiras. A Senhora da Atalaia foi (e não sei se ainda será) padroeira das alfândegas e o círio anual da Alfândega de Lisboa data de 1507.
Portanto, estas imagens de Joshua Benoliel (1873-1932) – considerado o "pai" do jornalismo fotográfico em Portugal – referir-se-ão a algum desses círios de Lisboa.
O Círio dos Marítimos de Alcochete é um entre dezenas deles que se realizaram, anualmente, durante séculos, dos poucos que ainda subsistem na actualidade e o único que coincide com a Páscoa. Persistem vários outros, até com casa própria, na freguesia da Atalaia (Montijo), cujas romagens decorrem em Agosto.
Mas em Alcochete existiram outros círios, que as obras acima referenciadas mencionam.
acerca dos Cirios do santuário de Nossa senhora da Atalaia, deve consultar-se a Obra do Padre Frederico Ribeiro da Costa, publicada em edição facsimilada pela câmara municipal do Montijo. esta obra serve de referencia a todas as obras que se tem escrito sobre os cirios da atalaia. Sobre a lenda da Atalaia, consulte-se a obra santuário mariano do Padre Agostinho de santa maria. Existe sobre o santuário da atalaia, as actas de um encontro sobre historia religiosa da atalaia, onde constam informações sobre este assunto, penso que não estão publicadas ainda, a sua responsabilidade é da camara municipal do montijo.
Contudo, acerca do Cirio dos maritimos de Alcochete, o padre frederico Ribeiro da Costa contem informaçõpes únicas, as quais são usadas pelos autores posteriores.
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