29 abril 2008

Terapia de choque

Futuros candidatos aos órgãos do município de Alcochete têm dois sérios problemas entre mãos: a câmara não poderá continuar a ser o motor do emprego no concelho, nem o cofre privilegiado do movimento associativo.
A menos que prossiga a "betonização" do pouco que resta do território, as receitas do município tenderão a diminuir.
Já aqui demonstrei que, no final do mandato anterior, 48% do orçamento anual do município dependia das receitas de construção, 40% das comparticipações do Estado e cerca de 12% eram receitas próprias.
Sendo público e notório que, desde então, as receitas da construção são menores, a comparticipação do Estado tem sido progressivamente reduzida e novas responsabilidades financeiras continuam a ser transferidas para os municípios sem as contrapartidas necessárias, é inevitável que a situação presente seja de grande aperto financeiro.
Não antevejo que os actuais membros do executivo municipal estejam dispostos ou sejam capazes de dar a volta ao problema e todas as suas intenções conhecidas incidem no desenvolvimento da construção habitacional, real ou disfarçada de projectos turísticos.
Em face das pouco lisonjeiras perspectivas económicas nacionais e internacionais a médio prazo, a que se soma o brutal aumento de preços dos bens de primeira necessidade, parece-me urgente estudar terapia de choque para as despesas do município: redução progressiva do pessoal e apoio circunscrito a colectividades imprescindíveis à segurança, protecção civil e solidariedade social.
Paralelamente, para empregar mais população residente o território urbanizável deve ser ocupado por sedes de empresas.
A racionalização de serviços municipais indispensáveis, como o abastecimento de água, a recolha de resíduos, a limpeza urbana e a conservação de espaços verdes, também me parece urgente. Além do mais porque, sem debate nem consulta à população, nos últimos anos tomaram-se decisões que ultrapassam largamente a duração do mandato.
Resta ainda, enfim, encontrar soluções para aumentar as receitas próprias, porque com 88% do orçamento dependente do exterior a autonomia municipal dos alcochetanos parece-me estar em risco.

4 comentários:

Unknown disse...

É minha convicção indelével que a Câmara poderia, sempre sob o toldo da lei, 'inventar'fontes de receita sem afectar sua vocação específica: manter, melhorar, criar, etc., infra-estruturas de serviço público.
Mas é evidente que estes autarcas jamais enveredariam por este caminho pleno de justeza, pois o que digo insere-se na dinâmica do mercado, item que não faz parte do ideário comunista.
Quando aparecem homens de dinheiro com projectos odiosos para Alcochete, aí, sim, é ver estes senhores de copo na mão e grandes sorrisos, ombro a ombro com esses pseudo-capitalistas, todos irmanados na destruição da nossa terra.

Anónimo disse...

Mais um dos seus odiondos textos sr. Marafuga, que são realmente o espelho da sua pessoa. Mais uma vez o senhor critica, critica e critica, acha que só o senhor é capaz, no entanto as suas poucas soluções apresentadas revelam a sua falta de visão do mundo que o rodeia. Mas não, deixe-me corrigir, isso será impossível porque o senhor é doutor, é como tal está correcto. A desgraça desta terra seria algum dia ter alguém como o senhor à sua frente.

Unknown disse...

O que é isso de "odiondos"? Será que quisesses dizer 'hediondos'?
Hediondo é o teu texto porque através deste tu provas não só que não sabes escrever mas também que és incapaz de organizar com pertinência o teu pensamento.
A ideia de que só eu sou capaz sai da tua cabeça e não da minha, pois estou consciente de que pensar da forma que projectas sobre mim já é feio quanto mais expressá-la publicamente num meio de comunicação.
Um homem com «...falta de visão do mundo que o rodeia» poderá escrever o que (what) e como (how) eu escrevo? Julgarás que a capacidade para arrumar uma escrita é independente da arrumação que fazemos do homem e do mundo nas nossas cabeças?
Depois, segundo o que é consuetudinário neste país, acusas-me de ter direito à praxe de 'doutor'. Pois tenho, mas não foi à custa de partido político nenhum ou de outro esquema qualquer fraudulento.
Ainda assim, com boas credenciais de duas universidades portuguesas, contrariamente ao desejo ardente de tanto borra-botas nesta terra de Alcochete, não me acho com competência para ser presidente de câmara porque não sou um gestor nem nunca tive qualquer experiência de gestão a não ser a da minha casa que está de pé.
E pronto, aqui está mais uma vez uma amostra da minha escrita que é espelho da minha pessoa, ou melhor, que é rosto do meu rosto.

Anónimo disse...

Realmente sr. Marafuga os seus comentários desceram completamente de nível e este blog também. O senhor que esteja ciente de que todos os alcochetanos que o liam como fonte de informação e diálogo acerca dos problemas da nossa terra já não o fazem porque os seus posts e respostas são realmente reveladores.