A ano e meio das eleições locais e prevendo os mais lúcidos uma abstenção superior a 50% na maioria dos meios urbanos, surgem promessas do sindicato dos presidentes de câmara.
É tarde para, através de orçamentos participativos, atendimentos públicos, reuniões de câmara e assembleias municipais descentralizadas, visitas temáticas e o melhoramento das acessibilidades de comunicação com os presidentes e a vereação, se conseguir que os cidadãos sejam mais interventivos e a tendência para o alheamento se inverta.
Para não ir mais longe, Alcochete é um bom caso de estudo. Com quase tudo o que esse sindicato sugere os cidadãos afastaram-se ainda mais.
Os eleitores não são parvos e detestam sentir-se iludidos e manipulados.
Quem quiser resolver o problema só tem um caminho a seguir: desde o primeiro dia de mandato informar, esclarecer e explicar propostas, decisões e políticas autárquicas, usando apropriadamente os meios informativos próprios e os controlados pela autarquia.
Enquanto os autarcas forem opacos em relação aos seus eleitores, não esclarecerem voluntariamente decisões com reflexos na qualidade de vida da comunidade, omitirem informação relevante e menosprezarem o papel da oposição, gozarão de imensa liberdade de acção mas pagarão o preço amargo do desprezo pelos cidadãos.
Como tantas vezes escrevi aqui, ao longo dos dois anos e meio de existência deste blogue, para futuros candidatos o sinal distintivo da diferença deve ser dado muito antes das eleições.
O momento ideal não é seis meses antes da ida às urnas mas no início do mandato anterior ao da candidatura.
4 comentários:
Estive a ler a notícia em torno da ANMP: clamorosa hipocrisia.
Um bom título para o texto seria: O canto do cisne.
E se obrigássemos esta gente a consultar o dicionário?
Eles locupletam-se e depois armam-se em carpideiras.
Não tenho forças para resistir a declarar mais uma vez o seguinte: eu não tenho respeito nenhum por esta gente.
Pelo rumo que as coisas estão a tomar (todo o meu desejo neste mundo é que haja uma inflexão em tudo isto), a minha vida poderá dar-lhes tempo para a cobrança com juros de todas as minhas ousadias, mas que dei o gosto ao dedo, lá isso dei.
Muita gente abana a cabeça, achando que o meu lugar no seio da comunidade dever-me-ia obrigar a outro tipo de discurso.
Meus amigos, ver de ver é falar assim: se reagirmos, salvar-nos-emos; se nos encolhermos, não seremos poupados.
E como convercer muitos disto?
Ò Professor, porque é que não fala o português de Portugal?
De facto para os "distraídos" é muito tarde para comentar o que se passa na Fonte da Senhora!
Façam o favor de ler o Expresso. O povo reclama investimento público na Fonte da Senhora.Há falta de saneamento básico - os esgotos correm para uma vala. Falta apoio médico, transportes públicos e alcatroamento das vias. Estas reivindicações são reclamadas por populares já há dois anos e continuam sem solução à vista...
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