25 outubro 2010

Pobreza

Posso estar enganado, mas, queiram-me desculpar, é para mim difícil admitir que alguém em Alcochete tivesse lido mais documentação que eu sobre marxismo, socialismo lato sensu e comunismo.
Em abono da verdade, devo confessar que no início, há mais de trinta anos, a minha ideia prendia-se com o apetrechamento intelectual para estar apto a empreender a defesa de todo o ideário de esquerda.
Aconteceu que, a dado passo deste percurso, como que numa pausa, caiu-me às mãos um livro de René Guénon intitulado A Crise do Mundo Moderno. Este texto foi um marco na pesquisa que tenho levado a cabo desde a juventude para a compreensão do homem e do mundo, se bem que hoje me tenha afastado de várias perspectivas do referido autor. Mas o clique que Guénon me deu fez que, do dia para a noite, eu visse todo o horror espantoso do que é o marxismo e de tudo o que deste deriva.
Mas é de um espanto maior que aqui eu quero dar testemunho. A enciclopédia por mim lida, em várias línguas, sobre marxismo e os vários socialismos, estaria longe de se complementar, se eu não fosse proprietário e não tivesse metido um projecto a uma câmara comunista para obter uma licença de construção.
Ainda não passou o tempo conveniente que permitisse assentar a poeira e me deixe livre de emoções que não interfiram com um pensamento rigoroso e uma análise objectiva.
Para já, digo que há mais de nove meses tenho sido o alvo de gozo e de toda a mentira que alguém alguma vez possa lançar sobre o seu semelhante.
Das 500.000 mil palavras que Malaca Casteleiro diz ter o nosso léxico, qual delas eu escolheria para caracterizar a Câmara de Alcochete? Respondo: pobreza, a mesma que o comunismo espalharia sobre todo o povo português se por trágico destino os comunistas governassem este País.

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