29 abril 2008

Terapia de choque

Futuros candidatos aos órgãos do município de Alcochete têm dois sérios problemas entre mãos: a câmara não poderá continuar a ser o motor do emprego no concelho, nem o cofre privilegiado do movimento associativo.
A menos que prossiga a "betonização" do pouco que resta do território, as receitas do município tenderão a diminuir.
Já aqui demonstrei que, no final do mandato anterior, 48% do orçamento anual do município dependia das receitas de construção, 40% das comparticipações do Estado e cerca de 12% eram receitas próprias.
Sendo público e notório que, desde então, as receitas da construção são menores, a comparticipação do Estado tem sido progressivamente reduzida e novas responsabilidades financeiras continuam a ser transferidas para os municípios sem as contrapartidas necessárias, é inevitável que a situação presente seja de grande aperto financeiro.
Não antevejo que os actuais membros do executivo municipal estejam dispostos ou sejam capazes de dar a volta ao problema e todas as suas intenções conhecidas incidem no desenvolvimento da construção habitacional, real ou disfarçada de projectos turísticos.
Em face das pouco lisonjeiras perspectivas económicas nacionais e internacionais a médio prazo, a que se soma o brutal aumento de preços dos bens de primeira necessidade, parece-me urgente estudar terapia de choque para as despesas do município: redução progressiva do pessoal e apoio circunscrito a colectividades imprescindíveis à segurança, protecção civil e solidariedade social.
Paralelamente, para empregar mais população residente o território urbanizável deve ser ocupado por sedes de empresas.
A racionalização de serviços municipais indispensáveis, como o abastecimento de água, a recolha de resíduos, a limpeza urbana e a conservação de espaços verdes, também me parece urgente. Além do mais porque, sem debate nem consulta à população, nos últimos anos tomaram-se decisões que ultrapassam largamente a duração do mandato.
Resta ainda, enfim, encontrar soluções para aumentar as receitas próprias, porque com 88% do orçamento dependente do exterior a autonomia municipal dos alcochetanos parece-me estar em risco.

28 abril 2008

José Saramago e a tourada


A tourada, lídima manifestação de cultura popular, é abjectamente denegrida em Memorial do Convento de José Saramago porque a festa de toiros tem implícita uma antropologia que se opõe à do marxismo.
Leia-se, por exemplo, esta passagem: «Estão as bancadas e os terrados formigando de povo, reservadamente acomodadas as pessoas principais, e as majestades e altezas miram das janelas do paço, por enquanto ainda andam os aguadores a aguar a praça, oitenta homens vestidos à mourisca, com as armas do Senado de Lisboa bordadas nas opas que trazem vestidas, impacienta-se o povinho que quer ver sair os touros, já se foram embora as danças, e agora retiraram-se os aguadores, ficou o terreiro um brinco, cheirando a terra molhada, parece que o mundo se acabou agora mesmo de criar, esperem-lhe pela pancada, não tardam aí o sangue e a urina, e as bostas dos touros, e os benicos dos cavalos, e se algum homem se borrar de medo oxalá o amparem as bragas, para não fazer má figura diante do povo de Lisboa e de D. João V» (Saramago, José, Memorial do Convento, Círculo de Leitores, Lisboa, 1984).
Muitos leitores, levados pela máxima de que gostos são gostos, encolhem os ombros e concluem que Saramago não gosta de touradas, direito que lhe assiste.
O problema é de longe muito mais profundo.
O comunismo, sem que o pareça, despreza a cultura de raiz popular, uma vez que esta, por força dos valores intrínsecos que a estruturam (ideia de uma Força superior à do homem, hierarquização, mais regra para mais liberdade, etc.), é obstáculo à progressão marxista, retardando o advento da justiça e paz perpétuas. Esta ideia está tão arreigada nos totalitarismos que matar milhões e milhões de pessoas em nome da utopia almejada é apenas um incómodo de percurso.

27 abril 2008

O professor responde ao aluno


As perguntas do aluno: a) Não acha que a universalidade do pensamento humano poderá ser maior que os sistemas já inventados? b) Acha que a História já acabou?

Em resposta ao que me perguntas, é claro para mim que «...a universalidade do pensamento humano...» inclui «...os sistemas já inventados». Por outras palavras, a tradição só merece este nome se for parideira incansável da renovação e esta só o é verdadeiramente se se alicerçar naquela.
Em síntese, se se separar tradição da renovação, uma e outra viram nada; se se unirem, reganham-se.
Esta minha resposta é a aplicação de que sistema cognitivo ou, dito de outro modo, qual o sistema cognitivo que está na base da minha resposta? É o significado da Cruz de Cristo: união da verticalidade e da horizontalidade, da Transcendência e da imanência, do Espírito e da carne, do Infinito e do finito, da Eternidade e do tempo...
Por exemplo, se te renderes apenas e só ao tempo, abolindo a dimensão espiritual, cais na mais crassa idolatria. Mas não penses que podes escolher a dimensão espiritual em desfavor do tempo ou abraçar este e desprezar aquela. Para viveres o equilíbrio dos dois mundos, só na união.
Portanto, eu não estou contra a horizontalidade, a imanência, a carne, o finito, o tempo, etc., mas, sim, contra que o homem vire costas a Algo maior do que ele para lá dele. Ora este "Algo" é uma Presença que impregna tudo sem se diluir em nada.
Da exposição deste sistema aberto do homem e do mundo que ergue o sentido da Cruz em metodologia para a reflexão, desço para a tua segunda pergunta.
A História não acabou, não acabará, porque o homem é uma criatura imperfeita como todas as criaturas. O homem apenas pode ambicionar ser cada vez melhor, o que só é possível se se ordenar a Deus.
O desprezo pela categoria teológica pecado original (criminalidade hereditária) faz 'pensar' ao marxismo, herdeiro de todo o lixo da Era Moderna, que o homem pode arrebatar de Deus o Paraíso Perdido e instaurá-lo na terra quando acabar a luta de classes, isto é, quando acabar a História.
Como é que um ser imperfeito pode instaurar o reino da felicidade perpétua?
Claro que o homem vai resolvendo problemas, mas resolver um problema é subir para um patamar superior donde se avistarão outros. Aqui não há fatalismo nenhum mas humildade para o reconhecimento e aceitação da condição humana. Não foi o homem quem fez a Criação, mas esta conta com a colaboração do homem para a subida da escada no cimo da qual está Deus. A recusa d'Este, o Princípio de Ordem Superior, resvalará inexoravelmente para a superbia que escravizará e animalizará o homem.
NOTA: segundo o que leio na tua última missiva, continuas a não perceber nada do que te disse! É assim mesmo que eu te devo falar porque o politicamente correcto é crime. Ouviste?
Vê as coisas em termos de união, caso contrário, serás vítima da abstracção, leitmotiv para o extermínio de milhões e milhões de seres humanos.
Por exemplo, os valores Deus, Pátria e Família são bons, mas se desligados da realidade, viram armas mortíferas tal como viraram entre nós durante a treva fascista.
Por outro lado, a incapacidade para ir além do sistema fechado que é o calhau gera também grandes matanças, o que aconteceu em nome dessa outra abstracção dita igualdade no universo comunista.
«...O agir humano recebe a sua norma do divino» (Brague, Rémi, A Lei de Deus, Instituto Piaget, Lisboa, 2008). Portanto, há uma aliança que é a encarnação do Sentido na carne do homem.
Para ti, há um sentido no homem, no mundo, no universo ou não? Se a tua resposta for afirmativa como dificilmente não poderá deixar de ser, então não terás problemas intelectuais em incorporar a Encarnação no teu universo pensamental. Ora quem está com o sentido da Encarnação está com o sentido da Cruz.
Quando falo da Cruz, falo de Cristo, a estrutura da realidade.

24 abril 2008

O 25 de Abril e Alcochete


O 25 de Abril foi uma revolução?
Eu conheço algumas revoluções na História do Ocidente, quais sejam a nova concepção do tempo, da liberdade, do corpo, etc., trazidas pelo Cristianismo no dealbar da escravião (império Romano) para a servidão (Idade Média).
Agora o tempo é o caminho, a liberdade é empresa do homem, o corpo é para a ressurreição (espiritualização da carne).
Outras revoluções no decurso da nossa Civilização foram a passagem da visão teocêntrica para a antropocêntrica, dentro desta o Iluminismo, os grandes meios de transporte e comunicação, recentemente a electrónica, etc.
O 25 de Abril trouxe a mudança ao povo Português? Antes de responder a esta pergunta, nada melhor do que analisar o que se passa na comunidade alcochetana, um microcosmos típico de todo o Portugal.
Vemos que a Câmara comunista não cumpre as promessas eleitorais, nomeadamente a da criação do Conselho Municipal, espécie de senado interdisciplinar cujas deliberações se ergueriam em referência para os órgãos autárquicos.
Vemos que os autarcas não descem ao encontro do pulsar das populações, vivendo de costas para estas e considerando um grande passo em frente a deslocação das reuniões camarárias para edifícios das Juntas de Freguesia e outros lugares do Concelho.
Vemos que não há interactividade dos eleitos com os munícipes através das novas tecnologias, nomeadamente a Internet.
Vemos, finalmente, que o site da Câmara é um monturo de informação neutra que causa verdadeira repugnância a qualquer internauta exigente.
Onde está a mudança de mentalidades na nossa terra?
O 25 de Abril foi uma revolução?

23 abril 2008

É tarde, muito tarde

A ano e meio das eleições locais e prevendo os mais lúcidos uma abstenção superior a 50% na maioria dos meios urbanos, surgem promessas do sindicato dos presidentes de câmara.
É tarde para, através de orçamentos participativos, atendimentos públicos, reuniões de câmara e assembleias municipais descentralizadas, visitas temáticas e o melhoramento das acessibilidades de comunicação com os presidentes e a vereação, se conseguir que os cidadãos sejam mais interventivos e a tendência para o alheamento se inverta.
Para não ir mais longe, Alcochete é um bom caso de estudo. Com quase tudo o que esse sindicato sugere os cidadãos afastaram-se ainda mais.
Os eleitores não são parvos e detestam sentir-se iludidos e manipulados.
Quem quiser resolver o problema só tem um caminho a seguir: desde o primeiro dia de mandato informar, esclarecer e explicar propostas, decisões e políticas autárquicas, usando apropriadamente os meios informativos próprios e os controlados pela autarquia.
Enquanto os autarcas forem opacos em relação aos seus eleitores, não esclarecerem voluntariamente decisões com reflexos na qualidade de vida da comunidade, omitirem informação relevante e menosprezarem o papel da oposição, gozarão de imensa liberdade de acção mas pagarão o preço amargo do desprezo pelos cidadãos.
Como tantas vezes escrevi aqui, ao longo dos dois anos e meio de existência deste blogue, para futuros candidatos o sinal distintivo da diferença deve ser dado muito antes das eleições.
O momento ideal não é seis meses antes da ida às urnas mas no início do mandato anterior ao da candidatura.

22 abril 2008

Os dinheiros públicos ou o alimento das esquerdas


A melhor forma de desferir o golpe de misericórdia ao associativismo é injectá-lo de dinheiros públicos.
Está bom de ver que se o dinheiro vem da Câmara, a tendência é para a desaceleração do dinamismo associativo até ao definhamento do mesmo.
Mas por que razão isto acontece?
Tal como um Governo de esquerda se sobrepõe à Sociedade, assim uma gestão municipal de esquerda se sobrepõe às comunidades, menorizando-as para mais facilmente as controlar.
Portanto, a atribuição de generosos subsídios às colectividades não tem nada de apolítico, uma vez que a ida às urnas é sempre a oportunidade azada para o eleitor dar provas de gratidão, ainda que troque a vida por uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.

O Governo PS de Direita?


Por toda a parte há pessoas que consideram de direita o Governo Sócrates. Esta opinião generalizada causa em mim um verdadeiro asco porque a direita sobrepõe a sociedade ao Governo, exactamente o contrário do que é feito por todos estes socialistas nos ministérios.
Então não é verdade que o Governo Sócrates, desde a governamentalização da própria banca privada até à regulamentação do piercing, se tem intrometido em tudo? Ora isto é esquerda, pois esta antepõe o Governo à sociedade.
Para mim, a ideia disseminada de que o Governo Sócrates é de direita parte de uma central de comando cujo nome é Partido Comunista. Para este, a seara socialista é o campo fronteiriço mais propício ao saque de potenciais eleitores. Como, desde a propaganda estalinista, a direita é vítima de uma mistificação tenebrosa porque identificada com os interesses do capitalismo sem que neste se distinga o liberal do monopolista, milhares de pessoas desinformadas concluem que o partido verdadeiramente de esquerda é o comunista, quando, afinal, este mata e o socialista esfola.

19 abril 2008

Jornais conservadores


A visão conservadora do homem e do mundo defende a Civilização Ocidental, isto é, o Cristianismo, a tradição, a liberdade individual, a família, a economia de mercado, a propriedade privada, o direito de herança, etc.
A visão conservadora do homem e do mundo opõe-se ao aborto salvo casos excepcionais, à eutanásia, ao divórcio indiscriminado, ao feminismo avesso à individualidade do ser humano, ao casamento gay ainda que admita uma figura jurídica que resguarde os interesses do companheirismo homossexual, ao transgénero, etc.
A visão conservadora do homem e do mundo defende a mudança.
A ideia de que as políticas conservadoras são avessas a mudanças é inculcada pelas esquerdas nas cabeças das pessoas.
Para o conservador muda-se sempre que a realidade sócio-política o aconselhe, quero dizer, para o conservador a mudança não é um fim mas um meio.
O que acabo de dizer justifica a sugestão de alguns meios de comunicação electrónicos liberais (sentido europeu) e conservadores.

http://www.libertaddigital.com
http://www.lefigaro.fr

Das chuvas a Alcochete


As chuvas deste ano fazem-me lembrar que em Alcochete há projectos para recuperar ao rio espaço para a ampliação de vias, vale dar um exemplo, o caso da marginal do Rossio.
Sabemos que se os trabalhos desta envergadura não assentarem na mais rigorosa ciência com muito respeito pela natureza, as consequências podem ser catastróficas e incluir perdas de vidas humanas.
Muitas vezes o Tejo - a História Local o atesta - traz surpresas que não se compadecerão com incompetência humana se o empreendimento dos homens não estiver adequado à realidade.
Ora em Alcochete obras desajustadas à realidade são useiras e vezeiras, cite-se o caso dos crimes levados a cabo pelos comunistas no Moisém e Praia dos Moinhos.
Alcochete tem sido uma terra sofrida desde há décadas até agora porque desde ontem até hoje sempre apareceram homens à frente da gestão concelhia que colocaram os interesses próprios ou de grupo por cima dos interesses das populações.

18 abril 2008

Expliquem-se, por favor

Uma vez que principiou a campanha eleitoral e os interessados nela não devem perder a oportunidade de abordar matérias relevantes, solicito aos dirigentes partidários da oposição (PS e PSD) e/ou aos respectivos eleitos locais que, na primeira oportunidade e no local que entenderem conveniente, esclareçam o sentido do seu voto nos órgãos próprios do Município de Alcochete acerca deste assunto, as verdadeiras razões da inexistência de unanimidade regional acerca da associação e que vantagens e inconvenientes existem para os residentes locais?

17 abril 2008

Balanço e balança


Sensivelmente dois anos e meio depois da criação do Praia dos Moinhos, este atinge hoje 40.000 acessos, o que dá uma média superior a 1300 por mês.
Admitindo que os colaboradores permanentes deste meio de comunicação acessam o mesmo entre 300 a 400 vezes por mês, restam 1000 entradas que poderão ser de centenas de visitantes, constatação que, em termos do Concelho de Alcochete, não é despicienda.
Claro que quem está no poder sabe fazer estas contas, só aparentemente desvalorizando a importância deste blog no contexto do nosso município.
O descontrolo de vários comentários de fontes diversas é prova de que a partir daqui se pode fazer uma desmistificação bem conseguida das políticas comunistas para esta terra de Alcochete.
Pela parte que me cabe, eu sei o que tenho a fazer dentro de um espírito de missão que é serviço à comunidade.
De facto, aqui não há meio termo: ou sirvo a comunidade ou sirvo o meu umbigo. Como não posso julgar-me a mim próprio, deixo o veredicto de tal julgamento para os outros.

16 abril 2008

João Marafuga a Jorge Giro


Jorge

Lá vão os tempos do professor João Marafuga e do aluno bem comportado e respeitador Jorge Giro.
Nessa altura estavas bem longe de imaginar que um dia pudesses ser um deputado municipal apoiado pelos comunistas.
Vais conseguindo transformar a tua escrita num processo cada vez mais submisso ao teu pensamento que muito deve à ideologia e pouco ao rigor de uma análise objectiva às coisas.
Não posso estar aqui a discorrer circunstanciadamente sobre o que é direita e esquerda, duas categorias políticas que para mim fazem todo o sentido, mas sempre te vou dizendo que num governo de esquerda temos a preponderância do Estado sobre a sociedade; num governo de direita já a sociedade vem à frente do Estado.
Ora tudo o que tu denuncias na edição de hoje do Jornal de Alcochete é exactamente o que diz a SEDES e que citas no teu artigo: "O Estado tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade". Então, Jorge, o Governo Sócrates está na área da esquerda, daquela à qual tu pertences.
Como descalçarás esta bota sem faltares ao respeito intelectualmente a ti próprio?
Eu conheço-te, Jorge. Tu não estás a pensar uma coisa e a escrever outra. Este teu antigo professor já passou por esse estádio mental. Felizmente tive a coragem de me evadir dele. Foi doloroso, mas a alegria e liberdade que sinto hoje é do tamanho do céu.

Obras

Consulte nas páginas 17495 e 17496 deste «Diário da República» a lista das obras adjudicadas pelo Município de Alcochete durante o ano de 2007 e respectivos valor, tipo de procedimento, adjudicatário e forma de adjudicação.

14 abril 2008

Problemas aparentemente absurdos


Sem ser incompreensível, embora o pareça muito, o debate possível sobre esta terra vem a público no Jornal do Montijo e não no Jornal de Alcochete.
Vários intervenientes (Pedro Meireles, Piedade Policarpo, Jorge Giro, etc.) trocam os seus pontos de vista num dos jornais da cidade vizinha, quando existe um órgão de comunicação escrito em papel no nosso Concelho.
Mas por que é que estas coisas acontecem assim?
Estas coisas acontecem assim porque nem todo o texto que critique a Câmara é publicado no Jornal de Alcochete. Eu próprio há meses que envio textos de opinião para este semanário independente, nunhum saindo à luz do dia, manifesta desconsideração por quem teve o nome na respectiva ficha técnica durante mais de um ano.
Até pelo objecto desta minha nótula serão importantes as próximas eleições autárquicas porque a partir daí muitos dos problemas aparentemente absurdos que se abatem sobre a nossa comunidade poderão ser corrigidos. Mas para a mudança desejada, não podemos baixar os braços a partir de agora.

Pedradas num charco

A sociedade portuguesa em geral – e a comunidade alcochetana em especial – anda abstraída de tudo e todos, inclusive dos que nada têm: nem lei que lhes valha, nem poder reivindicativo, nem meios mínimos de sobrevivência.
Depois de conversar com alguém que presta assistência regular a alcochetanos paupérrimos, sinto-me no dever de voltar a alertar para as terríveis bolsas de pobreza existentes no nosso concelho.
Há conterrâneos velhos e doentes cujas feridas não saram por insuficiência de proteínas, mães sem leite para amamentar recém-nascidos por se alimentarem deficientemente, seres humanos sem dinheiro para pagar dívidas a farmácias e muito receituário médico guarda-se na gaveta à espera do milagre que uma pensão de 200 euros torna impossível.
Essa miséria há muito conhecida, assustadoramente crescente e espalhada por todo o concelho, impõe acções enérgicas, imediatas e decisivas. E há ainda outro tipo de miséria, a envergonhada, tão ou mais terrível que aquela.
Em redor de qualquer instituição local de solidariedade – existem várias e parece-me desnecessário criar outras – devem reunir-se voluntários para actuar no terreno.
Em primeiro lugar identificando os casos mais urgentes e prioritários, recorrendo à experiência e conhecimento de quem profissionalmente lida com problemas sociais.

Em segundo lugar expor a realidade e congregar vontades empresariais e individuais para recolher e adquirir bens de primeira necessidade e proceder à sua distribuição, bem como reunir fundos para adquirir medicamentos indispensáveis.
Em terceiro lugar pensar e planear outras acções adequadas ao meio social e às suas necessidades, porque para angariar votos promete-se muito mas o vento continua a levar essas palavras para longe.
Os cidadãos têm de agir sem delongas, antes que seja tarde demais para gente cuja triste existência a ninguém parece incomodar o suficiente.
Sozinho não posso fazer nada, com muitos outros talvez!

13 abril 2008

Sugestão


Há bem pouco tempo, por mão de amigo, descobri uma revista no contexto político muito boa. Falo da Atlântico que tem à cabeça o conhecido historiador Rui Ramos.
Outros nomes são João Marques de Almeida, Paulo Pinto Mascarenhas, Alexandre Relvas, etc.
Quem não se satisfizer com a informação das televisões e jornais, pode recorrer com muito ganho ao projecto editorial da publicação em foco sem par em Portugal.
Declaração de interesses: não tenho comissão.

12 abril 2008

Mutatis mutandis...


«Só uma coisa pode libertar-nos da hipnose, da escravidão mental abjecta que esses bandidos impuseram ao país: recusar-lhes toda a manifestação de respeito, mesmo casual e discreta, mesmo puramente formal e hipócrita. Conceder-lhes, no máximo, a obediência externa que as leis impõem e a força garante. Respeitá-los, nunca. Se querem deleitar-se na baixeza, na mentira e no crime, que o façam. Mas não precisamos ajudá-los a fingir que são muito louváveis por isso» (http://www.olavodecarvalho.org/semana/080410jb.html).

11 abril 2008

Igreja e comunismo


Está sob julgamento a Igreja e quem a julga é o comunismo. Pergunta este àquela:
- És a rainha dos Povos?
Responde a Igreja:
- Sou!
A espumar de ódio, o comunismo rasga as vestes.
Fora, a multidão reclamava a condenação da Igreja pela insurgência desta contra o aborto, a eutanásia, o divórcio, o casamento gay, a trans-sexualidade...
O comunismo vociferou:
- Não ouves de quantas coisas te acusam?
Mas a Igreja não responde uma só palavra.
Lá de cima para baixo brama o comunismo:
- A Igreja não fala! Que quereis que lhe faça?
E a populaça ruge:
- Tira-lhe a voz! Tira-lhe a voz!...

Estrada da morte

Há três semanas perderam-se mais três vidas na EN118, a estrada da morte que interliga Alcochete e Porto Alto.
Na passada segunda-feira registaram-se mais cinco feridos, conforme pode ser lido aqui.
A inacção geral continua.
O povo é sereno! É só fumaça!

Segundo relatórios da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária disponíveis na Internet, desde 2003 e até ao final do 1.º semestre de 2007, no troço da EN118 integrado no concelho de Benavente registaram-se 18 mortos e 29 feridos graves.
Acrescente-se, no mesmo período, um ferido grave registado no troço dessa estrada pertencente ao concelho de Alcochete.
A estatística não menciona feridos ligeiros.
Segundo a mesma fonte, Alcochete tem dois pontos muitos negros de sinistralidade rodoviária: EN118 e EN4 (esta ligando Passil a Vendas Novas).

10 abril 2008

Cultura e comunismo


Para pessoas desprevenidas relativamente ao que defende o comunismo, poderá parecer que este dá uma importância à cultura muito acima de qualquer outra área política.
De facto, o comunismo privilegia a cultura, mas esta é utilizada como arma de poder para a instauração da nova ordem mundial.
Assim sendo o que na verdade é, já não se trata de cultura o objecto da nossa reflexão, mas de monstruosa impostura que para o alcance de metas tenebrosas visa transmutar os códigos culturais.
Quais códigos culturais? Por exemplo, o comunismo não se articula com a liberdade individual, razão por que ataca a ideia de salvação pessoal inscrita no coração dos homens pelo Cristianismo. Este expressa-se através de múltiplas formas, uma delas a procissão, genuína manifestação de religiosidade popular que simboliza a caminhada interior de cada fiel para a própria salvação. Ora esta dimensão das coisas é desprezada pelo comunismo, desespiritualizando a procissão e encarando-a como uma actividade cultural igual a uma marcha pela naturaza.

09 abril 2008

Ponte e assoreamento

Veja-se nesta página do síto da RTP na Internet o vídeo da breve entrevista ao prof. Carvalho Rodrigues, relacionada com o assoreamento e o risco de inundações no Tejo em consequência da ponte Vasco da Gama.
Quem fala assim...

08 abril 2008

Retorno à liça

João Marafuga entendeu reingressar como autor deste blogue, condição de que se afastara, há meses, por decisão pessoal.
Os motivos estão explicados no texto imediatamente anterior, por ele assinado.
Seja bem-vindo, como sempre.

Aproveito para recordar que «Praia dos Moinhos» é um blogue colectivo, dedicado a assuntos de Alcochete e aberto à adesão de outros cidadãos interessados em intervir, tenham ou não ideias comuns.
Cada autor é o único responsável pelo que escreve.
Para aderir basta enviar email ao signatário ou a qualquer dos autores da lista inserida na coluna da esquerda.

P.S. – A argumentação dos autarcas da margem Sul onde amarrará a nova ponte é semelhante à do seu predecessor de Alcochete em 1993. Basta ir às bibliotecas consultar os jornais da época.
Quinze anos passados está à vista o que sucedeu aqui.
É só esperar outro tanto para ver o que ocorrerá ali também.

Regresso


Chegado à conclusão de que divergências com uma ou outra pessoa não se podem sobrepor à minha capacidade de intervenção em assuntos locais, resolvi descer a terreiro mais determinado do que nunca.
Evidentemente que para nautas mais atentos deste blog, a minha decisão adivinhava-se, uma vez que há várias semanas adicionava comentários a textos aqui postos.
De qualquer forma, foram seis meses que aproveitei para ver as coisas um bocado à distância, o que me deu a certeza de que críticas sistemáticas a partir de dentro ao meu trabalho não visavam substituí-lo por melhor.
A quem há anos se inteira em história das ideias políticas, filosofia política, relações internacionais, etc., não se pode obrigar que não tire partido do que sabe contra homens indignos que ocupam o poder nesta terra de Alcochete.
Por outro lado, entre as pessoas que dão o rosto neste blog há ou não solidariedade? Presumo que a resposta seja afirmativa. Então não tem sentido que algum elemento do grupo esteja absolutamente por fora do que os outros projectam.
Ao contrário de muitos semi-analfabetos que ambicionam assento na cadeira mais apetitosa do Largo do Poço, o que me faz correr não é o desejo de ser presidente da Câmara de Alcochete porque não tenho competência para a gestão de tal cargo, embora eu seja um licenciado, pós-graduado, professor titular, etc.
O meu desígnio para o resto da minha vida é só um: combater o comunismo, esta fraude monstruosa que se abateu sobre o homem desde que este é homem.

Poemeto

Medrado e satisfeito nunca
Antes escravo de escravos
Mas senhor do meu grito
A construir pirâmides
Ou do alto da Cruz.

03 abril 2008

Acordaram

Há quatro semanas que decorre a campanha eleitoral em Alcochete.
Pelo caminho que as coisas levam será disputada "à bomba".