12 fevereiro 2007

Respeito e prepotência

Agora que o referendo já passou, não quero deixar de lamentar que certos eleitos locais tenham manchado a dignidade de instituições públicas violando o seu dever de imparcialidade.
Com tal atitude esses representantes populares evidenciaram incapacidade em discernir que, uma vez eleitos, governam para todos e em nome de todos, devendo abster-se de decisões e atitudes susceptíveis de bulir com a sensibilidade daqueles que institucionalmente representam.
Vem isto a propósito de ter sido noticiado, mais de uma vez, na Imprensa local e regional, que os salões nobres da Câmara Municipal de Alcochete e das juntas de freguesia de Alcochete e de Samouco seriam palco de sessões da campanha do referendo.
Jamais tais iniciativas deveriam ter sido aí permitidas, mesmo que ambos os lados da barricada as requisitassem, porque o dever de imparcialidade das instituições democráticas recomenda que, em períodos politicamente sensíveis, os seus edifícios-sede não sejam utilizados para determinadas finalidades.
Os resultados deste referendo – e muitas semanas antes as sucessivas sondagens divulgadas já o prenunciavam – confirmaram que a sociedade está dividida, parecendo-me elementar que os eleitos locais compreendessem a delicadeza da situação e se abstivessem de aceitar quaisquer actos de campanha nas instituições que dirigem.
Mas, infelizmente, alguns autarcas têm da democracia um conceito abstruso e misturam prepotência com representação político-administrativa concedida de boa-fé pelos cidadãos.
Em face dos resultados locais do referendo, cerca de um milhar de alcochetanos não serão indiferentes a este assunto. Fora os 5.726 (50,57%) que nem às urnas foram e cujos sentimentos são uma incógnita.
Ficou demonstrado nas eleições locais do passado mês de Outubro que os alcochetanos não esquecem nem perdoam a prepotência. Mas ainda há quem não tenha aprendido a lição.

1 comentário:

Unknown disse...

Quem sabe o que é o marxismo, filosofia do comunismo, só pode concluir que os comunistas jamais aprenderão seja o que for.
O processo de aprendizagem é um prolongamento do recebido, mas este é repudiado pelo marxismo.
Neste blog, durante um ano, mil vezes desenvolvi este tema.