02 fevereiro 2007
No dia das zonas húmidas
Nem sempre estou de acordo com os ambientalistas mas, no caso concreto de Alcochete, estas críticas da Quercus parecem-me justas.
Conheço relativamente bem o terreno e, em meu entender, as críticas serão até demasiado brandas.
Em matéria de conservação da Natureza, há muitos anos que se faz de conta.
Há promessas inúmeras, entidades institucionais, protocolos de cooperação, acordos de colaboração, uma concessão para recuperação paisagística e uma área comercial cujo espaço maior tem carácter ambiental e deveria há anos ser usufruído pela população, mas nada se vê de positivo nem nunca se anda para diante.
Entretanto, os espaços de fruição da Natureza são cada vez menos, há antigas salinas com aquicultura ilegal e a paisagem continua a ser manchada por betão distribuído a esmo.
A reserva natural e a zona de protecção especial estão entregues a si próprias e a degradar-se, as aves limícolas batem em retirada, os atentados são inúmeros e os charcos abandonados ocasionam o aparecimento de mosquitos.
Sobretudo porque os cidadãos se alheiam dos problemas, fazem de conta que nada disto lhes diz respeito e não se organizam para pôr ordem nas coisas.
Assim se construiu (e o Estado financiou) um fórum cultural na ZPE do Tejo, a RNET chegou ao extremo de não ter dinheiro para nada, a fundação das salinas do Samouco é o artifício conhecido, o Sítio das Hortas não anda nem desanda, a área C da gigantesca catedral de consumo nunca foi aberta ao público e a zona marginal de Samouco continua no estado acima ilustrado.
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