O principal problema do mercado municipal de Alcochete — para a maioria, simplesmente, "a praça" — talvez seja similar ao de Montijo, que melhor conheço: falta de clientes ocasiona a deserção de vendedores e, perante escolhas limitadas, o cliente muda de rumo. É uma "pescadinha-de-rabo-na-boca", para usar a expressão popular talvez apropriada ao caso.
O nosso mercado municipal está bem localizado e é de fácil acesso para quem vive no centro da freguesia, mas como a maioria da população com poder de compra reside na sua periferia e trabalha longe opta por outras fontes de abastecimento.
Assim, o mercado municipal de Alcochete é pouco procurado mas quase todas as manhãs — e, nomeadamente, aos sábados, domingos e feriados — a afluência é razoável aos supermercados locais.
Segundo o vereador José Luís Alfélua, citado nesta notícia do «Jornal de Notícias», decorre um inquérito público sobre o regulamento do mercado municipal, inalterado desde 1994. Desconhecia a existência tal inquérito, mas o defeito deve ser meu.
Contudo, para lá de emendar o regulamento talvez fosse oportuno perguntar às donas de casa os motivos do seu alheamento do mercado municipal. Provavelmente apurar-se-iam conclusões que talvez justificassem encarar o problema de forma distinta ou a necessidade de encontrar soluções de outro tipo.
Que tal abrir os mercados municipais sete dias na semana, por exemplo? Goste-se ou não do termo, Alcochete transformou-se em mais um dormitório da capital e, no máximo, poderá aspirar a possuir alguma vida própria apenas aos sábados, domingos e feriados nacionais.
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