24 abril 2012

A ciência da Cruz como chave para um método de trabalho

O MEU SISTEMA COGNITIVO

O método consistirá na união da Eternidade e do tempo.
Fui levado a esta plataforma de pensamento pela reflexão sobre o significado da Cruz de Cristo. Tal como o traço vertical entra pelo horizontal, assim a Eternidade entra pelo tempo.
Só se pode unir o que está separado. A união da verticalidade e horizontalidade não faz destas duas dimensões uma só coisa pela redução da primeira à segunda. De igual modo, a Eternidade está no tempo, mas não se dilui nele. Assim o Criador está na criatura, mas são distintos. O mesmo se diga, por força da coerência lógica, da Eternidade e do tempo.
Nesta conformidade, verifico que se me rendo exclusivamente ao tempo, isto é, à História, renego consciente ou inconscientemente o significado profundo da Cruz, vale dizer, o amplexo divino entre o Céu e a terra.
Que dizer de um ser humano apegado às coisas materiais (imanência) sem o mínimo sentido da Eternidade (Transcendência)? Nesta base será possível construir a esperada cidade do futuro? Teríamos mesmo o homem? Às três perguntas respondo não, porque o tempo, por si só, como coisa que é, não salva.
Eu não estou a excluir o tempo, porque se o fizesse, afinal, não perceberia nada do sentido da Cruz. O homem tanto perde o rosto vivendo o tempo sem Eternidade como vivendo a Eternidade sem o tempo.
Na verdade, sem prejuízo da união, se a Eternidade não se dissolve no tempo, quer dizer que está separada dele sem o excluir. Assim, o tempo aparece-nos redimido porque escada para a Eternidade, perfeita sintonia do homem com Deus.
Podem perguntar-me: «...mas como é que se processa essa união da Eternidade e do tempo?». Respondo que não sei porque esta é a melhor forma de saber, isto é, reconheço os meus limites. Quem negaria a união da mãe e do filhinho? E já alguém explicou como é que ela se processa?
Portanto, vejo que se vivifico o tempo com a Eternidade, transcendo as coisas.
Coisa é o tempo porque quantificável. Ele entra com a velocidade e a massa na resolução de problemas físicos.
Ora é no tempo que se desenrola a História, relato de factos levados a cabo pelo homem ao longo das épocas.
Se ao olhar para a Bíblia, eu faço uma avaliação só e tragicamente baseada em factos desencarnados do Espírito, dou a entender que não estou salvo pelo significado infinito da Cruz de Cristo, tudo reduzindo na Sagrada Escritura à dimensão exclusivamente temporal.
O ser humano que não vá para lá dos factos posiciona-se monstruosamente contra a relação indefectível existente entre Deus e o Universo (Criador e Criação). Aqui está a génese do poder despótico, do assassínio, do desprezo à mulher, etc.
Logo, tal como a Eternidade está no tempo de forma separada sem desunião, assim nós que estamos no tempo devemos viver desapegados dos factos, embora não os excluamos, porque este mundo é caminho para uma vida superior, o Eterno.

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